|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTADOS/SÃO PAULO
Assembléia Legislativa é favorável a tucano
Dos cem candidatos mais votados a
deputado, 44 são do PSDB ou do PFL
Com 98,1% dos votos
apurados, o PT tinha 21
deputados entre os mais
votados -um a menos que
a atual bancada do partido
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito José Serra
(PSDB), eleito no primeiro turno para o governo de São Paulo,
deverá contar com uma composição mais favorável na Assembléia Legislativa de São
Paulo do que aquela enfrentada
por seu antecessor, Geraldo
Alckmin (PSDB).
Às 23h58, com 98,13% dos
votos apurados, dos cem candidatos a deputado estadual mais
votados, 44 faziam parte da coligação PSDB-PFL.
Levando em consideração
apenas os dez nomes mais votados na lista parcial do tribunal, oito são ligados à coligação
que dará apoio ao novo governador eleito.
Os petistas, oposição ao
PSDB no Estado, somam 21 na
mesma lista divulgada.
O atual deputado estadual
Vaz de Lima (PSDB) e o ex-subprefeito Barros Munhoz
(PSDB), ambos cotados para
assumir a presidência da Assembléia Legislativa e a defesa
de Serra, estavam entre os candidatos mais votados.
Segundo a reportagem da
Folha apurou, a tendência é
que o primeiro assuma o comando do Poder Legislativo
paulista e que Munhoz, originalmente do PMDB, ocupe
uma secretaria estadual, como
a dos Transportes.
Hoje, o PFL e o PSDB têm
juntos 31 dos 94 parlamentares. A expectativa é que esse
número cresça.
Na eleição de 2002, auge da
"onda vermelha" que levou o
sindicalista Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) à Presidência da República, os petistas elegeram a
maior bancada da Assembléia
-23 deputados, cinco a mais
que os tucanos.
Com isso, conseguiram indicar para a presidência da Assembléia o parlamentar Rodrigo Garcia que, apesar de ser do
PFL, não era o candidato de
Alckmin -ao contrário, liderava o grupo de oposição ao ex-governador tucano.
Nesta eleição, após ver a sigla
envolvida em uma série de escândalos e abandonada por Lula durante a campanha eleitoral, o PT tenta pelo menos
manter o atual número de parlamentares -hoje são 22 deputados estaduais petistas.
Renovação
Ainda de acordo com a lista
parcial do TSE, dos cem candidatos mais votados, 52 já são
deputados estaduais. A tendência, dizem os parlamentares, é
que este número aumente após
a apuração total.
Só o número de votos não garante a eleição. Tudo vai depender do coeficiente eleitoral, que
é número de votos válidos obtidos por cada legenda dividido
pelo total do eleitorado.
As novas regras eleitorais,
que restringiram os gastos em
comunicação de campanha,
criaram uma expectativa entre
os deputados de que a renovação da Assembléia será menor
do que a da disputa de 2002,
quando 44 "novatos" foram
eleitos -são 94 cadeiras.
O fato de a legislação proibir
a colocação de cartazes nas
ruas, os showmícios e a distribuição de brindes, dizem, tira
dos concorrentes desconhecidos a possibilidade de fixar seus
nomes entre os eleitores.
Apenas a propaganda eleitoral gratuita, com uma infinidade de nomes e de rostos, não é
considerada eficiente.
Esquecimento
Além das novas regras eleitorais, deputados que disputam a
reeleição acreditam que, em geral, todos os candidatos terão
uma votação mais baixa nesta
eleição do que aquela obtida na
disputa de 2002. Um dos motivos, dizem, é a quantidade de
cargos eletivos que o eleitor teve de escolher (presidente, governador, senador, deputado
estadual e deputado federal).
Parlamentares consultados
pela Folha acreditam também
que, com uma disputa inteiramente focada na eleição majoritária, com várias denúncias e
a expectativa do segundo turno, os eleitores "se esqueceram" de pensar nos deputados.
Texto Anterior: Eleito diz que não desfalcará equipe de Kassab para compor seu secretariado Próximo Texto: Quércia insinua culpa do PMDB pela derrota Índice
|