São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESTADOS/SÃO PAULO

Assembléia Legislativa é favorável a tucano

Dos cem candidatos mais votados a deputado, 44 são do PSDB ou do PFL

Com 98,1% dos votos apurados, o PT tinha 21 deputados entre os mais votados -um a menos que a atual bancada do partido

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito José Serra (PSDB), eleito no primeiro turno para o governo de São Paulo, deverá contar com uma composição mais favorável na Assembléia Legislativa de São Paulo do que aquela enfrentada por seu antecessor, Geraldo Alckmin (PSDB).
Às 23h58, com 98,13% dos votos apurados, dos cem candidatos a deputado estadual mais votados, 44 faziam parte da coligação PSDB-PFL.
Levando em consideração apenas os dez nomes mais votados na lista parcial do tribunal, oito são ligados à coligação que dará apoio ao novo governador eleito.
Os petistas, oposição ao PSDB no Estado, somam 21 na mesma lista divulgada.
O atual deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) e o ex-subprefeito Barros Munhoz (PSDB), ambos cotados para assumir a presidência da Assembléia Legislativa e a defesa de Serra, estavam entre os candidatos mais votados.
Segundo a reportagem da Folha apurou, a tendência é que o primeiro assuma o comando do Poder Legislativo paulista e que Munhoz, originalmente do PMDB, ocupe uma secretaria estadual, como a dos Transportes.
Hoje, o PFL e o PSDB têm juntos 31 dos 94 parlamentares. A expectativa é que esse número cresça.
Na eleição de 2002, auge da "onda vermelha" que levou o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, os petistas elegeram a maior bancada da Assembléia -23 deputados, cinco a mais que os tucanos.
Com isso, conseguiram indicar para a presidência da Assembléia o parlamentar Rodrigo Garcia que, apesar de ser do PFL, não era o candidato de Alckmin -ao contrário, liderava o grupo de oposição ao ex-governador tucano.
Nesta eleição, após ver a sigla envolvida em uma série de escândalos e abandonada por Lula durante a campanha eleitoral, o PT tenta pelo menos manter o atual número de parlamentares -hoje são 22 deputados estaduais petistas.

Renovação
Ainda de acordo com a lista parcial do TSE, dos cem candidatos mais votados, 52 já são deputados estaduais. A tendência, dizem os parlamentares, é que este número aumente após a apuração total.
Só o número de votos não garante a eleição. Tudo vai depender do coeficiente eleitoral, que é número de votos válidos obtidos por cada legenda dividido pelo total do eleitorado.
As novas regras eleitorais, que restringiram os gastos em comunicação de campanha, criaram uma expectativa entre os deputados de que a renovação da Assembléia será menor do que a da disputa de 2002, quando 44 "novatos" foram eleitos -são 94 cadeiras.
O fato de a legislação proibir a colocação de cartazes nas ruas, os showmícios e a distribuição de brindes, dizem, tira dos concorrentes desconhecidos a possibilidade de fixar seus nomes entre os eleitores.
Apenas a propaganda eleitoral gratuita, com uma infinidade de nomes e de rostos, não é considerada eficiente.

Esquecimento
Além das novas regras eleitorais, deputados que disputam a reeleição acreditam que, em geral, todos os candidatos terão uma votação mais baixa nesta eleição do que aquela obtida na disputa de 2002. Um dos motivos, dizem, é a quantidade de cargos eletivos que o eleitor teve de escolher (presidente, governador, senador, deputado estadual e deputado federal).
Parlamentares consultados pela Folha acreditam também que, com uma disputa inteiramente focada na eleição majoritária, com várias denúncias e a expectativa do segundo turno, os eleitores "se esqueceram" de pensar nos deputados.


Texto Anterior: Eleito diz que não desfalcará equipe de Kassab para compor seu secretariado
Próximo Texto: Quércia insinua culpa do PMDB pela derrota
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.