São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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ESTADOS/RIO GRANDE DO SUL

Yeda e Olívio chegam ao segundo turno

Em resultado surpreendente, tucana e petista superam o governador Germano Rigotto (PMDB), que tentava a reeleição

Pesquisas indicavam que petista e peemedebista eram favoritos na eleição, mas deputada liderou a apuração desde o início

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A deputada federal tucana Yeda Crusius foi a primeira colocada na disputa pelo governo gaúcho e enfrentará, no segundo turno, o petista Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul (1999-2002). Com 99,9% da apuração total, Yeda teve 32,9% (2.037.048) dos votos. Olívio ficou com 27,4% (1.695.302), e o governador Germano Rigotto (PMDB), que tentava a reeleição e até a semana passada liderava todas as pesquisas de intenção de voto, limitou-se a 27,2% (1.679.174). A tucana, por essas mesmas pesquisas, ficava em terceiro.
Yeda sublinhou o fato de ser mulher e repetiu seu bordão de que implementará ""um jeito novo de governar". À noite, preferiu não falar de coligações para o segundo turno. O candidato do PP ao governo, Francisco Turra, adiantou, porém, que sua sigla deve apoiá-la. ""Todos estão de olho na possibilidade de vitória de uma mulher", disse Yeda. ""Queremos fazer um novo governo, governando por metas de programas."
De acordo com Yeda, neste ano houve uma campanha diferente. ""A campanha teve novas regras e foi menos livre, inclusive para a mídia", disse.
Olívio, que votou apenas às 15h em Porto Alegre, disse, a respeito do governo Lula, que ""governar traz ônus e bônus" e que nem sempre se escolhem as companhias, numa referência às alianças. ""Temos boas condições de fazer o Estado funcionar bem e melhor para todos, e não para alguns."
""O que nos diferencia dos adversários é querermos um Estado comandado pelo público, e não pelo privado", disse, adiantando o embate ideológico.
Entrando na questão de gênero e se referindo à candidata a vice, Jussara Cony (PC do B), Olívio disse: ""É importante ter uma companheira mulher".
Rigotto, que votou às 8h30 em Caxias do Sul, reclamou das pesquisas. A Folha apurou que havia o temor, no PMDB, de que, ao mostrar crescimento de Yeda, eleitores anti-PT deixaram de votar no governador para aderir à deputada, para tirar Olívio do segundo turno.
""Algumas coisas que aconteceram nas últimas horas não podem acontecer. Pesquisas eleitorais manipuladas, julgadas como verdadeiras, induzindo o voto dos indecisos e mudando votos. Isso não pode. Foi um jogo pesado", afirmou.
Questionado sobre quem apoiará no segundo turno, Rigotto se esquivou. Disse que está preocupado em terminar o seu governo. Às 22h50, assumiu a derrota e chorou. ""Minha tristeza é não poder dar a eles [seus amigos] a vitória", disse, salientando sua atuação ao não ter se afastado do governo para se dedicar à campanha.

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