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ESTADOS/RIO GRANDE DO SUL
Yeda e Olívio chegam ao segundo turno
Em resultado surpreendente, tucana e petista superam o governador Germano Rigotto (PMDB), que tentava a reeleição
Pesquisas indicavam que petista e peemedebista eram favoritos na eleição, mas deputada liderou a apuração desde o início
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A deputada federal tucana
Yeda Crusius foi a primeira colocada na disputa pelo governo
gaúcho e enfrentará, no segundo turno, o petista Olívio Dutra,
ex-governador do Rio Grande
do Sul (1999-2002). Com
99,9% da apuração total, Yeda
teve 32,9% (2.037.048) dos votos. Olívio ficou com 27,4%
(1.695.302), e o governador
Germano Rigotto (PMDB), que
tentava a reeleição e até a semana passada liderava todas as
pesquisas de intenção de voto,
limitou-se a 27,2% (1.679.174).
A tucana, por essas mesmas
pesquisas, ficava em terceiro.
Yeda sublinhou o fato de ser
mulher e repetiu seu bordão de
que implementará ""um jeito
novo de governar". À noite, preferiu não falar de coligações para o segundo turno. O candidato do PP ao governo, Francisco
Turra, adiantou, porém, que
sua sigla deve apoiá-la. ""Todos
estão de olho na possibilidade
de vitória de uma mulher", disse Yeda. ""Queremos fazer um
novo governo, governando por
metas de programas."
De acordo com Yeda, neste
ano houve uma campanha diferente. ""A campanha teve novas
regras e foi menos livre, inclusive para a mídia", disse.
Olívio, que votou apenas às
15h em Porto Alegre, disse, a
respeito do governo Lula, que
""governar traz ônus e bônus" e
que nem sempre se escolhem
as companhias, numa referência às alianças. ""Temos boas
condições de fazer o Estado
funcionar bem e melhor para
todos, e não para alguns."
""O que nos diferencia dos adversários é querermos um Estado comandado pelo público, e
não pelo privado", disse, adiantando o embate ideológico.
Entrando na questão de gênero e se referindo à candidata
a vice, Jussara Cony (PC do B),
Olívio disse: ""É importante ter
uma companheira mulher".
Rigotto, que votou às 8h30
em Caxias do Sul, reclamou das
pesquisas. A Folha apurou que
havia o temor, no PMDB, de
que, ao mostrar crescimento de
Yeda, eleitores anti-PT deixaram de votar no governador
para aderir à deputada, para tirar Olívio do segundo turno.
""Algumas coisas que aconteceram nas últimas horas não
podem acontecer. Pesquisas
eleitorais manipuladas, julgadas como verdadeiras, induzindo o voto dos indecisos e mudando votos. Isso não pode. Foi
um jogo pesado", afirmou.
Questionado sobre quem
apoiará no segundo turno, Rigotto se esquivou. Disse que está preocupado em terminar o
seu governo. Às 22h50, assumiu a derrota e chorou. ""Minha tristeza é não poder dar a
eles [seus amigos] a vitória",
disse, salientando sua atuação
ao não ter se afastado do governo para se dedicar à campanha.
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