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GOVERNADORES
Nos Estados, PSDB, PT e PMDB têm 4 vitórias cada um
PSDB domina no Sudeste com as vitórias de José Serra em SP e Aécio Neves em MG; Sul terá 2º turno nos 3 Estados
PT ganha Bahia no 1º turno, na maior vitória estadual de toda a sua história, depois de impor derrota a Paulo Souto, o candidato de ACM
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Três partidos tiveram o melhor desempenho nas 17 eleições estaduais decididas ontem: PSDB, PMDB e PT. Venceram 12 dessas disputas
-quatro conquistas cada.
Os tucanos ficaram com a
jóia da coroa, os dois Estados
mais populosos, São Paulo e
Minas Gerais (33,1% dos eleitores do país), com José Serra e
Aécio Neves, respectivamente.
Também levaram Alagoas e
Roraima.
O PSDB surpreendeu no Rio
Grande do Sul, com Yeda Crusius indo ao segundo turno na
primeira colocação.
O PT ganhou a Bahia (o quarto eleitorado do país). Foi a
principal vitória estadual na
história da sigla, mais habituada a triunfar em unidades da
Federação periféricas -as outras três vitórias petistas ontem em primeiro turno foram
no Acre, Piauí e Sergipe.
A vitória do PT em Sergipe
foi com Marcelo Déda, ex-deputado federal e ex-prefeito de
Aracaju. Déda tem boa relação
com Lula e sempre é chamado a
Brasília em momentos de crise.
Agora, deve ajudar na campanha presidencial petista.
O único petista reeleito foi o
piauiense Wellington Dias. No
Acre, o atual governador, Jorge
Viana, conseguiu fazer seu sucessor, Binho Marques.
No Mato Grosso do Sul, Estado governado por Zeca do PT
há oito anos, a sigla perdeu a cadeira. O partido foi derrotado,
com o insucesso do senador petista Delcídio Amaral -o presidente da CPI dos Correios, investigação que apurou os fatos
do escândalo do mensalão. Delcídio perdeu para André Puccinelli (PMDB).
O PMDB venceu em localidades menores em número de
eleitores: Amazonas, Espírito
Santo, Mato Grosso do Sul e
Tocantins. A força da sigla está
no fato de disputar seis segundos turnos, podendo atingir dez
Estados governados. Se tiverem sucesso em todas essas
eleições, os peemedebistas formarão o maior grupo de governadores do país.
O principal desafio do PMDB
é o Rio de Janeiro (8,7% dos
eleitores brasileiros), onde o
senador Sérgio Cabral enfrenta
a deputada Denise Frossard
(PPS). Cabral é ligado ao grupo
do casal peemedebista Anthony e Rosinha Garotinho,
que governa o Rio há oito anos.
Mas houve um revés grave
para o PMDB. Foi a derrota do
atual governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.
Ele ficou de fora do segundo
turno. As duas vagas serão ocupadas pela tucana Yeda Crusius
e pelo petista Olívio Dutra.
Os tucanos disputam ainda
os segundos turnos na Paraíba
(com o atual governador, Cássio Cunha Lima) e no Pará
(com Almir Gabriel). Esses Estados já são governados pelo
PSDB. No total, os tucanos podem chegar a até sete governos
estaduais.
O PT concorre em dois segundos turnos, ambos contra o
PSDB: no Rio Grande do Sul
(com Olívio Dutra) e no Pará
(com a senadora Ana Júlia Carepa). Se vencer nessas duas localidades, os petistas terão seis
governos estaduais. Seria um
recorde para a agremiação
-mas os quatro garantidos nas
urnas ontem também são algo
inédito para o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das derrotas estaduais
mais sentidas pelo PT foi em
Pernambuco. O ex-ministro da
Saúde Humberto Costa -acusado de envolvimento na máfia
dos sanguessugas- ficou apenas em terceiro lugar.
Entre os quatro maiores partidos do país (PT, PMDB, PSDB
e PFL), os pefelistas se deram
pior ontem. A principal derrota
foi com a perda, já no primeiro
turno, do governo da Bahia
-com a derrota de Paulo Souto
para o petista Jaques Wagner.
O fracasso foi completo no Estado, pois o candidato ao Senado, Rodolpho Tourinho, perdeu para João Durval, do PDT.
O ônus maior desse revés
baiano do PFL recai sobre o senador Antonio Carlos Magalhães. Aos 79 anos, ele sai fragilizado e certamente deverá perder também poder na cúpula
nacional da sigla.
A única vitória ontem do PFL
foi modesta, com a eleição do
ex-tucano José Roberto Arruda
para o governo do Distrito Federal (1,3% do eleitorado nacional). No segundo turno, os pefelistas disputam no Maranhão, com Roseana Sarney, e
em Pernambuco, com Mendonça Filho -esse último um
ex-deputado federal notabilizado em 1995 por ter sido o autor da emenda que passou a
permitir a reeleição.
O PP, sigla que vai encolhendo a cada eleição, ontem não
obteve vitórias. Vai disputar
apenas dois segundos turnos:
em Goiás, com Alcides Rodrigues, e em Santa Catarina, com
um tradicional cacique local,
Esperidião Amin.
Reeleição e recordes
Os 17 primeiros turnos decididos ontem representam um
recorde na história eleitoral do
Brasil. Desde 1990, quando esse dispositivo passou a ser usado, o recorde anterior era de
1998, com 14 casos de finalização na primeira votação.
Entre os 20 governadores
que tentavam a reeleição, cinco
já estão fora -Germano Rigotto (PMDB-RS), Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Maria Abadia
(PSDB-DF), João Alves (PFL-SE) e Paulo Souto (PFL-BA).
No grupo dos 15 restantes,
nove venceram ontem no primeiro turno. Outros seis tentam a sorte no segundo turno.
Se todos tiverem sucesso, será
um novo recorde desta eleição.
Em 1998, a primeira vez que
os governadores puderam concorrer a outro mandato no cargo, 21 tentaram, mas apenas 14
se reelegeram. Em 2002, foram
14 tentativas de reeleição e nove vitórias.
Quando se trata de partidos
nanicos, quatro vitórias foram
registradas ontem. O destaque
é o PSB, com Cid Gomes ganhando no Ceará. Irmão de Ciro Gomes, ele encerrou um ciclo de 20 anos de governos tucanos no Estado.
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