São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Filiada ao PC do B, gaúcha de 25 anos é a deputada mais votada do Estado

Ricardo Duarte/Agência RBS
Manuela D'Ávila (PC do B), deputada mais votada do RS


VERA MAGALHÃES

DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Ela tem 25 anos e, como boa parte das meninas da sua idade, tem um blog e perfil no orkut. O que diferencia Manuela D'Ávila das demais meninas de sua geração é que ela chega a Brasília em fevereiro como a deputada federal mais votada do Rio Grande do Sul, pelo PC do B, com 271.939 votos.
"Manu", como é chamada pelos amigos e pelos 2.180 usuários de sua comunidade no site Orkut, superou raposas como o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana, o ex-ministro ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB) e o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB). O segredo do sucesso foi uma campanha voltada sobretudo para o eleitorado jovem.
A associação com a ex-petista Luciana Genro (PSOL), que em 2002 foi a grande "novidade" na bancada gaúcha, é imediata. Manuela diz que não gosta de comparações, mas não deixa de marcar a diferença entre ela é a agora colega. "Estou de outro lado da política, diferente do dela. A primeira coisa que um marxista deve fugir é de estereótipos. Quem acha que sempre acerta, como o PSOL, tem uma visão messiânica da política", disse.
As diferenças entre as duas, além de políticas, são também de estilo. Uma conversa com a recém-eleita deputada do PC do B em nada lembra a estridência da colega do PSOL, reeleita com boa votação (185 mil votos). Manuela diz que procurou manter na campanha um tom espontâneo, passar "uma imagem alegre da política". Queria fugir da "linguagem pomposa" dos políticos tradicionais sem se tornar "caricata". "Detesto bicho-grilice" -para alertar que, apesar de ter sido diretora da UNE, tem visão realista da política.
Vereadora de Porto Alegre desde os 23 anos, Manuela é autora da lei que instituiu a meia-entrada para estudantes em Porto Alegre. É formada em Jornalismo e cursou seis semestres de ciência política. É torcedora fanática do Internacional, mas detesta misturar política e bola: "Política é paixão e racionalidade. Futebol é só paixão".


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