São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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ESTADOS/BAHIA

"Não estou preparado para Alckmin", diz Jaques Wagner

Governador eleito afirma que "não trabalha com hipótese" de vitória do tucano

Ex-ministro de Lula critica os "marginais" que compraram dossiê contra tucanos e diz que direção do PT precisa passar por profunda revisão

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um dia depois de impor ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 79, a maior derrota do carlismo em duas décadas, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), 55, disse ontem que não está "preparado" para governar em caso de vitória de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência e criticou, sem citar nomes, dirigentes do PT envolvidos em denúncias de corrupção.
"Estou alegre [pela eleição], mas essa alegria só será completa com a vitória do presidente Lula. Vou assumir a coordenação da campanha do presidente no Estado e espero que os baianos dêem pelo menos 85% dos votos para ele no próximo dia 29 [data do segundo turno da eleição presidencial, entre Lula e Alckmin]", disse.
Em seguida, emendou: "Não estou preparado para governar com o Alckmin porque não trabalho com essa hipótese".
Ex-ministro do governo Lula, Jaques Wagner aproveitou a coletiva de ontem à tarde em um hotel de Salvador para criticar integrantes do seu partido envolvidos em denúncia de corrupção. "É inadmissível que segmentos do meu partido achem que possam combater o mal usando as armas do mal. Espero que os ventos do Nordeste arrefeçam a cabeça do comando nacional do meu partido, que precisa passar por uma profunda revisão, porque o PT não foi criado para isso."
Sem citar nenhum nome, o novo governador da Bahia chamou de "marginais" os petistas envolvidos na compra de um dossiê que seria utilizado para prejudicar a candidatura do governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB). "Quem compra dossiê de marginal é tão marginal quanto os marginais que estavam vendendo as acusações."
Na coletiva -transformada em festa eleitoral pela presença de cerca de 80 correligionários-, Jaques Wagner disse que o presidente Lula ficou "muito feliz" com a sua eleição. "Eu fui à Bahia e transformei o leão do Nordeste [referência ao senador ACM] em hamster. E você derrotou o hamster", disse Lula a Wagner, segundo o governador eleito.

"Mofado"
Wagner classificou de "mofado, truculento e ultrapassado" o modelo político empregado pelo PFL nos 16 anos em que o partido governou a Bahia. Depois, disse que um dos motivos que levaram o governador Paulo Souto (PFL), 62, à derrota foi sua amizade com o senador Antonio Carlos Magalhães.
"O maior defeito dele é ser amigo de quem é, é participar de um grupo mofado, que amedrontou a Bahia por longos 16 anos. Felizmente, tiramos uma nuvem cinza que pairava sobre o Estado." O governador eleito também disse que a sua vitória foi a "mais importante do país".


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