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ESTADOS/BAHIA
"Não estou preparado para Alckmin", diz Jaques Wagner
Governador eleito afirma que "não trabalha com hipótese" de vitória do tucano
Ex-ministro de Lula critica os
"marginais" que compraram
dossiê contra tucanos e diz
que direção do PT precisa
passar por profunda revisão
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um dia depois de impor ao
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 79, a maior derrota
do carlismo em duas décadas, o
governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), 55, disse ontem que não está "preparado"
para governar em caso de vitória de Geraldo Alckmin (PSDB)
à Presidência e criticou, sem citar nomes, dirigentes do PT envolvidos em denúncias de corrupção.
"Estou alegre [pela eleição],
mas essa alegria só será completa com a vitória do presidente Lula. Vou assumir a coordenação da campanha do presidente no Estado e espero que
os baianos dêem pelo menos
85% dos votos para ele no próximo dia 29 [data do segundo
turno da eleição presidencial,
entre Lula e Alckmin]", disse.
Em seguida, emendou: "Não
estou preparado para governar
com o Alckmin porque não trabalho com essa hipótese".
Ex-ministro do governo Lula, Jaques Wagner aproveitou a
coletiva de ontem à tarde em
um hotel de Salvador para criticar integrantes do seu partido
envolvidos em denúncia de
corrupção. "É inadmissível que
segmentos do meu partido
achem que possam combater o
mal usando as armas do mal.
Espero que os ventos do Nordeste arrefeçam a cabeça do comando nacional do meu partido, que precisa passar por uma
profunda revisão, porque o PT
não foi criado para isso."
Sem citar nenhum nome, o
novo governador da Bahia chamou de "marginais" os petistas
envolvidos na compra de um
dossiê que seria utilizado para
prejudicar a candidatura do governador eleito de São Paulo,
José Serra (PSDB). "Quem
compra dossiê de marginal é
tão marginal quanto os marginais que estavam vendendo as
acusações."
Na coletiva -transformada
em festa eleitoral pela presença
de cerca de 80 correligionários-, Jaques Wagner disse
que o presidente Lula ficou
"muito feliz" com a sua eleição.
"Eu fui à Bahia e transformei o
leão do Nordeste [referência ao
senador ACM] em hamster. E
você derrotou o hamster", disse
Lula a Wagner, segundo o governador eleito.
"Mofado"
Wagner classificou de "mofado, truculento e ultrapassado"
o modelo político empregado
pelo PFL nos 16 anos em que o
partido governou a Bahia. Depois, disse que um dos motivos
que levaram o governador Paulo Souto (PFL), 62, à derrota foi
sua amizade com o senador Antonio Carlos Magalhães.
"O maior defeito dele é ser
amigo de quem é, é participar
de um grupo mofado, que amedrontou a Bahia por longos 16
anos. Felizmente, tiramos uma
nuvem cinza que pairava sobre
o Estado." O governador eleito
também disse que a sua vitória
foi a "mais importante do país".
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