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COI capitaliza Olimpíada inédita no Rio
Primeiros Jogos na América do Sul viram marca de legado de Jacques Rogge como presidente da entidade internacional
Votação final entre Rio
e Madri escancara divisão
do Movimento Olímpico entre grupos de Rogge e Samaranch, seu antecessor
DOS ENVIADOS A COPENHAGUE
A disputa travada nos bastidores entre a antiga e a atual
cúpula do COI (Comitê Olímpico Internacional) deu ao Rio a
vitória histórica. Com o apoio
velado do presidente da entidade, Jacques Rogge, a candidatura brasileira conseguiu deixar
um legado para o mandado do
dirigente belga: realizar os Jogos Olímpicos na América do
Sul, algo inédito até então.
A disputa final entre Rio e
Madri expôs publicamente a
divergência dos dois grupos
que existe dentro do COI. O
mais forte comandado por Rogge, que será reeleito na próxima
semana. Já o outro é liderado
pelos dirigentes leais ao espanhol Juan Antonio Samaranch,
presidente de honra da entidade, que deixou o poder em 2000
após uma série de escândalos
de corrupção no COI. O filho de
Samaranch era um dos comandantes da campanha de Madri.
""A escolha do Rio foi um sinal
claro que o COI deu. Todos falam dos nossos problemas, mas
mostramos o outro lado da
moeda. Com o apoio da grande
maioria, estamos redesenhando uma nova geografia no esporte olímpico mundial ao fazer essa escolha aqui na Dinamarca. Entramos para a história", disse o italiano Mario Pescanti, aliado de Rogge e cotado
como o primeiro na linha de sucessão do belga em 2013.
O resultado da eleição mostrou a força do grupo de Rogge.
O Rio venceu por 66 votos contra apenas 32 de Madri.
A vitória da candidatura
ocorreu depois de duas tentativas frustradas. A cidade já havia
sido candidata aos Jogos de
2004 e de 2012. Apesar da diplomacia pontuar o mundo
olímpico, gestos e pequenas
atitudes de Rogge na campanha
tiveram impacto nos bastidores da eleição de ontem.
Mesmo sem manifestar seu
apoio oficial a Rio-2016, o belga
já havia dado demonstrações
em favor do projeto do Brasil
desde 2007, quando aprovou a
capacidade de organização dos
brasileiros no Pan.
Desde então, ele é apenas
elogios aos brasileiros. Rogge
chegou até a mudar o seu discurso com relação à Copa do
Mundo. Antes reticente à realização da principal competição
do futebol mundial no país dois
anos antes da Olimpíada, o presidente do COI se pronunciou
oficialmente em favor da organização dos eventos no Brasil
em intervalo de dois anos.
Segundo dirigentes do COI, o
relatório da entidade mostrou a
força de Rogge ao projeto brasileiro. Lanterna na primeira
avaliação do COI, há mais de
um ano, o Rio igualou-se aos
concorrentes na segunda.
Rogge manteve as declarações diplomáticas após a vitória
do Rio. ""Foi a escolha de ir para
um novo continente."
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