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Serra é alvo de bolinhas de papel em escola com o nome do pai de Maluf
DA REPORTAGEM LOCAL
Acompanhado do governador
Geraldo Alckmin, o candidato do
PSDB à Prefeitura de São Paulo,
José Serra, aventurou-se ontem
por território considerado petista:
Guainazes, na zona leste. Lá, colheu tanto manifestações de apreço como de rejeição. Já na chegada à Escola Estadual Salim Farah
Maluf, Serra foi recebido por uma
chuva de santinhos. Alguns moradores, inclusive adolescentes,
arremessaram bolinhas, atingindo o olho do candidato.
Dois meninos passaram a mão
em sua cabeça. Depois de proteger o olho por um tempo e de escapar, por pouco, de um jato de
água, Serra pediu para usar o mal
conservado banheiro da escola.
Minutos depois, deixou o prédio.
Antes, Serra e Alckmin pararam
em outra escola da região. Segundo relato de um tucano, o carro
estacionou por engano em frente
de uma escola. E, cercada por eleitores, a dupla teve que parar.
"Dei até autógrafos em camisa
13", contou Serra, minimizando o
mal-estar à porta da escola.
Mesmo sem saber se, no amassa-amassa, os santinhos atirados
em bloco eram um gesto de apoio
ou de hostilidade, Serra saiu de
Guainazes dizendo-se satisfeito
com "a boa acolhida".
Ele também negou que a visita
tenha sido uma última tentativa
de conquistar votos de Marta Suplicy na zona leste, mas produto
da decisão de ir a uma região distante dos Jardins "para acompanhar a festa democrática".
Os tucanos alegam que o candidato deixou às pressas a escola
porque, além de ter consumido
tempo em outra escola, começava
a chover, o que poderia impedir a
decolagem de helicóptero.
Ainda que minimize, Serra deixa claro que atribui qualquer
constrangimento à presença de
cabos eleitorais do PT. "Tinha boca-de-urna em larga escala", disse, lembrando que a abordagem é
proibida em dia de eleição.
Sem citar os adversários, Alckmin afirmou que não esperava
tanta boca-de-urna em dia da
eleição. E fez questão de frisar que
os cabos eleitorais não eram recrutados pela campanha de Serra.
No tucanato, a exceção era produzida por candidatos a vereador,
aos quais não é possível controlar.
Ao chegar em casa, Serra voltou
a subestimar o amassa-amassa
em Guainazes. E, sem explicar por
que, citou uma "síndrome de caranguejo" para comentar o caso.
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