São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Serra é alvo de bolinhas de papel em escola com o nome do pai de Maluf

DA REPORTAGEM LOCAL

Acompanhado do governador Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, aventurou-se ontem por território considerado petista: Guainazes, na zona leste. Lá, colheu tanto manifestações de apreço como de rejeição. Já na chegada à Escola Estadual Salim Farah Maluf, Serra foi recebido por uma chuva de santinhos. Alguns moradores, inclusive adolescentes, arremessaram bolinhas, atingindo o olho do candidato.
Dois meninos passaram a mão em sua cabeça. Depois de proteger o olho por um tempo e de escapar, por pouco, de um jato de água, Serra pediu para usar o mal conservado banheiro da escola. Minutos depois, deixou o prédio.
Antes, Serra e Alckmin pararam em outra escola da região. Segundo relato de um tucano, o carro estacionou por engano em frente de uma escola. E, cercada por eleitores, a dupla teve que parar.
"Dei até autógrafos em camisa 13", contou Serra, minimizando o mal-estar à porta da escola.
Mesmo sem saber se, no amassa-amassa, os santinhos atirados em bloco eram um gesto de apoio ou de hostilidade, Serra saiu de Guainazes dizendo-se satisfeito com "a boa acolhida".
Ele também negou que a visita tenha sido uma última tentativa de conquistar votos de Marta Suplicy na zona leste, mas produto da decisão de ir a uma região distante dos Jardins "para acompanhar a festa democrática".
Os tucanos alegam que o candidato deixou às pressas a escola porque, além de ter consumido tempo em outra escola, começava a chover, o que poderia impedir a decolagem de helicóptero.
Ainda que minimize, Serra deixa claro que atribui qualquer constrangimento à presença de cabos eleitorais do PT. "Tinha boca-de-urna em larga escala", disse, lembrando que a abordagem é proibida em dia de eleição.
Sem citar os adversários, Alckmin afirmou que não esperava tanta boca-de-urna em dia da eleição. E fez questão de frisar que os cabos eleitorais não eram recrutados pela campanha de Serra. No tucanato, a exceção era produzida por candidatos a vereador, aos quais não é possível controlar.
Ao chegar em casa, Serra voltou a subestimar o amassa-amassa em Guainazes. E, sem explicar por que, citou uma "síndrome de caranguejo" para comentar o caso.


Texto Anterior: Eleições 2004 / São Paulo: Serra pede 2º turno limpo; PSDB já busca PP
Próximo Texto: Mulher, neto e genro acompanham tucano
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.