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O candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra, dá entrevista coletiva para comentar o primeiro turno da eleição, na qual foi o primeiro colocado com 43%

O candidato José Serra (PSDB), que obteve mais de 43% dos votos para prefeito de São Paulo, fez ontem um apelo ao PT para que a campanha de segundo turno ocorra "sem jogo sujo e sem sujar a cidade". "Posso falar isso com a autoridade de quem encabeçou uma coligação que sofreu muitos ataques" nas ruas, no rádio e na TV. "Tudo num contexto muito antidemocrático", disse à noite.
Os coordenadores da campanha tucana iniciaram ontem mesmo a busca por alianças para a disputa de 31 próximo, afirmando que já procuraram o PP de Paulo Maluf. Serra, no entanto, não quis responder se buscará o apoio de Maluf e até insinuou que usaria o acordo entre PT e PP no primeiro turno contra sua adversária.
Segundo o candidato do PSDB, o debate agora será aprofundado e haverá "comparação de biografias e de estilos de administrar". Sem citar o ex-prefeito, disse ainda que é hora de comparar "companhias": "Digas com quem andas e te direi quem és".
Já o coordenador político da campanha tucana, Aloysio Nunes Ferreira, afirmou que já procurou o presidente estadual do PP, Celso Russomanno. "Vamos procurar todo mundo, inclusive o PP." Apesar de dizer que buscaria o partido institucionalmente, admitiu aceitar o voto de Maluf.
Na mesma linha, o candidato a vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL), disse que a orientação é procurar todos os partidos dos candidatos que disputaram o primeiro turno, "do PP de Maluf ao PSB de Luiza Erundina".
Para Antônio Carlos Pannuzio, presidente estadual do PSDB, "o PP tem mais identidade conosco do que com a Marta".

Cabo eleitoral
Pela manhã, Serra votou acompanhado de seu mais ilustre cabo eleitoral, o governador Geraldo Alckmin, e da família. Repetiu várias vezes com as mãos o V da vitória. "Finalmente vamos ter a pesquisa das urnas. Estou muito confiante e otimista. Agora, a solução está nas mãos do povo e está nas mãos de Deus", afirmou Serra, depois de votar no Colégio Santa Cruz, próximo de sua casa, no bairro Alto de Pinheiros.
O candidato e o governador foram recebidos no colégio com aplausos, puxados pelo vereador Ricardo Montoro (PSDB).
O tucano chegou ao local de votação às 9h45 carregando o neto Antônio, de um ano e oito meses.
Depois de votar, Serra ainda acompanhou a mulher Mônica, que passou na frente de um senhor que aguardava na fila.
Já está programada uma reunião entre a cúpula de coordenação de campanha de Serra, mas o partido vai esperar o mapa de distribuição de votos para começar a definir a estratégia de campanha. A única certeza entre os tucanos é que a campanha continuará apenas com ataques a questões da administração municipal, evitando a troca de críticas pessoais e a federalização da disputa.
Após votar, Serra seguiu para o Jokey Club de São Paulo para acompanhar o voto do governador. Do Jóquei, foram de helicóptero para a zona leste, onde visitaram uma escola em Guainazes.
Lá, ambos foram recebidos por uma chuva de santinhos e de bolinhas de papel. Uma delas atingiu olho do candidato, que quase foi atingido por um jato de água e usou o mal conservado banheiro da escola. Serra minimizou o incidente (leia texto nesta página).
O candidato e o governador ainda visitaram a Faculdade Mackenzie, onde dividiram um pastel de queijo. No local, duas militantes do vereador Arselino Tatto retiraram bonés e camisetas do PT para abraçar Serra.
De lá, o governador retornou para o Palácio dos Bandeirantes, e Serra seguiu para a sua casa, de onde saiu à noite para agradecer à população pela votação.
O tucano disse que proporá um pacto ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral). "Minha expectativa é que se possa fazer um pacto para não sujar a cidade."


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