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Pico do malufismo foi eleição de Pitta
DA REDAÇÃO
O malufismo obteve ontem em
São Paulo seu pior resultado eleitoral em eleições majoritárias. No
seu primeiro teste, em 1982, Reynaldo de Barros (PDS), candidato
de Paulo Maluf ao governo do Estado, obteve 17,4% dos votos na
capital, ficando em terceiro lugar.
Depois disso, o malufismo cresceu gradualmente na capital paulista, atingindo seu pico na eleição
de Celso Pitta em 1996: 44,9% do
total de votos. A vitória de Pitta
marcou o início do declínio do
malufismo em São Paulo. Seu
desgaste contribuiu para a derrota de Maluf para o governo estadual em 1998: Maluf obteve 29,6%
dos votos na capital (18,6 pontos
percentuais a menos que Pitta) e
27,5% no Estado (6,8 pontos a
menos que Maluf tivera em 1990).
O fundo do poço parecia ter sido alcançado em 2000, quando
Maluf obteve 15,7% dos votos na
capital. Apesar de não ter conseguido chegar ao segundo turno
para a eleição de governador em
2002, a votação de Maluf na capital havia subido para 24,0%. Agora, porém, despencou ainda mais.
Alguns fatores conjunturais têm
pesado nesse declínio. Maluf começou a campanha com cerca de
20% das intenções de voto, mas
perdeu eleitores para o tucano José Serra (PSDB) e para Marta Suplicy (PT). Marta atraiu eleitores
que viam em Maluf um tocador
de obras viárias. As pesquisas do
Datafolha mostraram que os predicados de Maluf passaram a ser
atribuídos a Marta. Do outro lado,
Serra acabou herdando boa parte
do eleitorado mais conservador,
para o qual personificava o principal opositor da esquerda local:
sua falta de críticas ao PT certamente tirou-lhe muitos votos.
Mas, além das razões conjunturais, o declínio do malufismo possui também razões estruturais. A
principal base de Maluf ainda é
composta pelos trabalhadores autônomos, que, dos anos 80 para
cá, vem oscilando em torno dos
23% da PEA, o que dificulta a vitória em eleições majoritárias.
A segunda dificuldade de Maluf
é o estreitamento de suas bases de
financiamento. Sua máquina política era custeada sobretudo por
empresários nacionais do setor de
serviços. Parte dessa base desapareceu no governo FHC, com a internacionalização da economia
nacional, e outra parte transferiu
sua lealdade para outros partidos.
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