São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO

Pela 2ª vez seguida, ex-prefeito não consegue ir ao segundo turno

Isolamento marca todo o dia do candidato do PP à prefeitura


Maluf abandona otimismo em sua pior derrota

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato Paulo Maluf (PP) abandonou ontem o tradicional otimismo e, pela primeira vez, parecia sentir o peso da derrota mais desastrosa de sua carreira política. Esta é a segunda vez consecutiva que o ex-prefeito, que amarga a cada eleição uma votação menor, fica fora do segundo turno.
O clima de isolamento foi sentido de manhã, quando Maluf deixou sua casa, no Jardim Europa, e foi votar com a mulher, Sylvia, na Faculdade de Engenharia de São Paulo (Colégio Sacré Coeur de Marie), no mesmo bairro.
Com o casal, apenas o fiel coordenador de campanha malufista, Jesse Ribeiro, além de assessores e de seguranças. Nenhum candidato a vereador e nem mesmo o postulante a vice na chapa, Salim Curiati Jr., o acompanhou.
Na faculdade, nem sombra da antiga repercussão costumava despertar. Foi cumprimentado no máximo por dez pessoas.
Após votar, ainda na sala, o candidato fez com as duas mãos o sinal de vitória para os fotógrafos. Sorriu e abraçou a mulher.
Apesar de ter falado em uma vitória no primeiro turno, Maluf respondeu com irritação a perguntas de jornalistas. Ao ser informado de que falava ao vivo para uma rádio de Porto Alegre (RS), soltou: "Mas por que é que eu vou falar para Porto Alegre? Eu quero falar com São Paulo".
Já em casa, Maluf abandonou seu antigo costume de sair a cada hora para falar com os jornalistas. Sua assessoria anunciou que ele sairia apenas às 17h.
A ausência de visitas também chamou a atenção. O ex-prefeito almoçou com a mulher, os quatro filhos, as noras, os genros e os 13 netos. À tarde, recebeu visita do deputado Antonio Salim Curiati, pai do vice Curiati Jr, que chegou um pouco mais tarde. Após as 18h, chegaram juntos os candidatos a vereador Wadih Mutran, Agnaldo Timóteo. Também compareceram o marqueteiro Marcelo Teixeira e amigos mais íntimos.
Em 2002, quando disputou o governo do Estado e ficou fora do segundo turno, cerca de 50 pessoas acompanhavam ao lado dele as pesquisas de boca-de-urna.
No final da tarde de ontem, Ribeiro afirmou que amigos e correligionários chegariam mais tarde.
Por volta das 16h30, Maluf saiu pela primeira vez de sua casa. Foi até o portão da casa para cumprimentar nove malufistas. Voltou a sair às 17h54, quando falou com cerca de cinco eleitores e, rapidamente, com os jornalistas. Questionado sobre a pesquisa de boca-de-urna daquele momento que já o deixava fora do segundo turno, disse preferir esperar o final da apuração para se manifestar.
"Estamos muito tranqüilos porque a única pesquisa que é válida é a apuração da urna. Em boca-de-urna já erraram tantas vezes."
Às 19h40, Maluf deu uma entrevista para criticar a deputada Zulaiê Cobra (PSDB), que, em uma emissora de TV, falou do pacto firmado entre ele e o PT. Maluf chamou a deputada de "cobra peçonhenta" e "desclassificada".


Texto Anterior: Vila São José volta ao voto em papel
Próximo Texto: Pico do malufismo foi eleição de Pitta
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.