|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO
Pela 2ª vez seguida, ex-prefeito não consegue ir ao segundo turno
Isolamento marca todo o dia do candidato do PP à prefeitura
Maluf abandona otimismo em sua pior derrota
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato Paulo Maluf (PP)
abandonou ontem o tradicional
otimismo e, pela primeira vez, parecia sentir o peso da derrota mais
desastrosa de sua carreira política.
Esta é a segunda vez consecutiva
que o ex-prefeito, que amarga a
cada eleição uma votação menor,
fica fora do segundo turno.
O clima de isolamento foi sentido de manhã, quando Maluf deixou sua casa, no Jardim Europa, e
foi votar com a mulher, Sylvia, na
Faculdade de Engenharia de São
Paulo (Colégio Sacré Coeur de
Marie), no mesmo bairro.
Com o casal, apenas o fiel coordenador de campanha malufista,
Jesse Ribeiro, além de assessores e
de seguranças. Nenhum candidato a vereador e nem mesmo o postulante a vice na chapa, Salim Curiati Jr., o acompanhou.
Na faculdade, nem sombra da
antiga repercussão costumava
despertar. Foi cumprimentado no
máximo por dez pessoas.
Após votar, ainda na sala, o candidato fez com as duas mãos o sinal de vitória para os fotógrafos.
Sorriu e abraçou a mulher.
Apesar de ter falado em uma vitória no primeiro turno, Maluf
respondeu com irritação a perguntas de jornalistas. Ao ser informado de que falava ao vivo para uma rádio de Porto Alegre
(RS), soltou: "Mas por que é que
eu vou falar para Porto Alegre? Eu
quero falar com São Paulo".
Já em casa, Maluf abandonou
seu antigo costume de sair a cada
hora para falar com os jornalistas.
Sua assessoria anunciou que ele
sairia apenas às 17h.
A ausência de visitas também
chamou a atenção. O ex-prefeito
almoçou com a mulher, os quatro
filhos, as noras, os genros e os 13
netos. À tarde, recebeu visita do
deputado Antonio Salim Curiati,
pai do vice Curiati Jr, que chegou
um pouco mais tarde. Após as
18h, chegaram juntos os candidatos a vereador Wadih Mutran,
Agnaldo Timóteo. Também compareceram o marqueteiro Marcelo Teixeira e amigos mais íntimos.
Em 2002, quando disputou o
governo do Estado e ficou fora do
segundo turno, cerca de 50 pessoas acompanhavam ao lado dele
as pesquisas de boca-de-urna.
No final da tarde de ontem, Ribeiro afirmou que amigos e correligionários chegariam mais tarde.
Por volta das 16h30, Maluf saiu
pela primeira vez de sua casa. Foi
até o portão da casa para cumprimentar nove malufistas. Voltou a
sair às 17h54, quando falou com
cerca de cinco eleitores e, rapidamente, com os jornalistas. Questionado sobre a pesquisa de boca-de-urna daquele momento que já
o deixava fora do segundo turno,
disse preferir esperar o final da
apuração para se manifestar.
"Estamos muito tranqüilos porque a única pesquisa que é válida
é a apuração da urna. Em boca-de-urna já erraram tantas vezes."
Às 19h40, Maluf deu uma entrevista para criticar a deputada Zulaiê Cobra (PSDB), que, em uma
emissora de TV, falou do pacto
firmado entre ele e o PT. Maluf
chamou a deputada de "cobra peçonhenta" e "desclassificada".
Texto Anterior: Vila São José volta ao voto em papel Próximo Texto: Pico do malufismo foi eleição de Pitta Índice
|