São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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ELEIÇÕES 2004 / CÂMARA MUNICIPAL

Com 96,70% dos votos apurados, candidato tem mais que o dobro do 2º

PT-PTB devem perder cadeiras; PV é surpresa, com 3 prováveis vagas


José Aníbal dispara e aumenta bancada tucana

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO

Candidato da cúpula do PSDB, o tucano José Aníbal é o candidato mais votado na corrida por uma vaga na Câmara Municipal. À 0h30h de hoje, contabilizado 96,70% do eleitorado, Aníbal tinha 160.640 votos, contra 67.916 de Arselino Tatto (PT), o segundo colocado (veja quadro abaixo).
O resultado já incluía mais de 95% dos votos de 33 das 41 zonas eleitorais da cidade. Em seis delas -Bela Vista, Santa Ifigênia, Lapa, Pinheiros, Vila Prudente e Vila Formosa-, a apuração já havia sido totalmente concluída.
Nesse cenário, a coligação PT-PTB conquistaria 20 das cadeiras do Legislativo -hoje, juntas, as legendas têm 22.
Os tucanos, de carona na explosão de Aníbal, ficariam com 13 vagas -hoje têm oito. O PP de Paulo Maluf encolheria de seis nomes eleitos em 2000 para quatro neste ano -embora apenas três daquelas seis tenham permanecido na legenda até o final da legislatura. E o PV conquistaria três inéditas representações (veja abaixo).
No começo da madrugada, cercado por repórteres, Aníbal se dizia surpreso com o resultado, descartava trocar o mandato recém-conquistado por uma secretaria, numa eventual vitória de José Serra (PSDB), mas admitia que a presidência da Câmara Municipal pode ser o seu próximo alvo.
"Minha campanha foi de seis semanas, mas o resultado que me deixa muito satisfeito. Agora, eleito vereador, quero colaborar com Serrada Câmara. A presidência é um hipótese", declarou.
A Justiça Eleitoral contou com um verdadeiro batalhão para garantir a votação em todas cidades paulistas. Foram 361.689 pessoas a serviço das eleições -351.689 mesários e 401 juízes eleitorais
Segundo o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Alvaro Lazzarini, as eleições em São Paulo se deram em clima de "tranqüilidade absoluta".
Em todo o Estado foram registrados 201 flagrantes de boca-de-urna, sendo 34 na Baixada Santista e 18 na capital. Por beber durante o horário de votação, seis pessoas foram detidas.
Algumas pessoas tiveram dificuldade para votar porque seus nomes não estavam registrados nas listas de eleitores. Foi o caso de Theresinha Castilho Lopes, 69, que vota em Perdizes. Apesar de votar há mais de dez anos no mesmo local, ontem foi surpreendida com uma mudança de seção.
Segundo Cláudia Lopes, filha de Theresinha, os mesários chegaram a dizer que sua mãe não poderia votar e teria de justificar a ausência. "Foi só porque eu insisti que descobrimos a mudança." De acordo com Cláudia, outros eleitores enfrentaram o problema.
Em apenas 25 seções as urnas eletrônicas não funcionaram e o voto acabou sendo feito de forma manual (nas cédulas antigas). Além dessas, 404 urnas -de um total de 17.142- apresentaram problemas e foram substituídas por outras, também eletrônicas.
No Estado, o TRE cassou o registro de 26 candidatos a prefeito e de dois concorrentes ao cargo de vereador. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no entanto, confirmou apenas cinco dessas cassações, reformando as demais.
Para o presidente do TRE, o grande número de cassações é decorrência de "aprendizado". Como a lei que define as condutas proibidas é de 1997, "os candidatos só agora aprenderam como utilizá-la e passaram a fiscalizar uns aos outros", disse Lazzarini.


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