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ELEIÇÕES 2004 / CÂMARA MUNICIPAL
Com 96,70% dos votos apurados, candidato tem mais que o dobro do 2º
PT-PTB devem perder cadeiras; PV é surpresa, com 3 prováveis vagas
José Aníbal dispara e aumenta bancada tucana
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO
Candidato da cúpula do PSDB,
o tucano José Aníbal é o candidato mais votado na corrida por
uma vaga na Câmara Municipal.
À 0h30h de hoje, contabilizado
96,70% do eleitorado, Aníbal tinha 160.640 votos, contra 67.916
de Arselino Tatto (PT), o segundo
colocado (veja quadro abaixo).
O resultado já incluía mais de
95% dos votos de 33 das 41 zonas
eleitorais da cidade. Em seis delas
-Bela Vista, Santa Ifigênia, Lapa,
Pinheiros, Vila Prudente e Vila
Formosa-, a apuração já havia
sido totalmente concluída.
Nesse cenário, a coligação PT-PTB conquistaria 20 das cadeiras
do Legislativo -hoje, juntas, as
legendas têm 22.
Os tucanos, de carona na explosão de Aníbal, ficariam com 13 vagas -hoje têm oito. O PP de Paulo Maluf encolheria de seis nomes
eleitos em 2000 para quatro neste
ano -embora apenas três daquelas seis tenham permanecido na
legenda até o final da legislatura. E
o PV conquistaria três inéditas representações (veja abaixo).
No começo da madrugada, cercado por repórteres, Aníbal se dizia surpreso com o resultado, descartava trocar o mandato recém-conquistado por uma secretaria,
numa eventual vitória de José Serra (PSDB), mas admitia que a presidência da Câmara Municipal
pode ser o seu próximo alvo.
"Minha campanha foi de seis semanas, mas o resultado que me
deixa muito satisfeito. Agora, eleito vereador, quero colaborar com
Serrada Câmara. A presidência é
um hipótese", declarou.
A Justiça Eleitoral contou com
um verdadeiro batalhão para garantir a votação em todas cidades
paulistas. Foram 361.689 pessoas
a serviço das eleições -351.689
mesários e 401 juízes eleitorais
Segundo o presidente do TRE
(Tribunal Regional Eleitoral), Alvaro Lazzarini, as eleições em São
Paulo se deram em clima de
"tranqüilidade absoluta".
Em todo o Estado foram registrados 201 flagrantes de boca-de-urna, sendo 34 na Baixada Santista e 18 na capital. Por beber durante o horário de votação, seis
pessoas foram detidas.
Algumas pessoas tiveram dificuldade para votar porque seus
nomes não estavam registrados
nas listas de eleitores. Foi o caso
de Theresinha Castilho Lopes, 69,
que vota em Perdizes. Apesar de
votar há mais de dez anos no mesmo local, ontem foi surpreendida
com uma mudança de seção.
Segundo Cláudia Lopes, filha de
Theresinha, os mesários chegaram a dizer que sua mãe não poderia votar e teria de justificar a
ausência. "Foi só porque eu insisti
que descobrimos a mudança." De
acordo com Cláudia, outros eleitores enfrentaram o problema.
Em apenas 25 seções as urnas
eletrônicas não funcionaram e o
voto acabou sendo feito de forma
manual (nas cédulas antigas).
Além dessas, 404 urnas -de um
total de 17.142- apresentaram
problemas e foram substituídas
por outras, também eletrônicas.
No Estado, o TRE cassou o registro de 26 candidatos a prefeito
e de dois concorrentes ao cargo de
vereador. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no entanto, confirmou apenas cinco dessas cassações, reformando as demais.
Para o presidente do TRE, o
grande número de cassações é decorrência de "aprendizado". Como a lei que define as condutas
proibidas é de 1997, "os candidatos só agora aprenderam como
utilizá-la e passaram a fiscalizar
uns aos outros", disse Lazzarini.
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