São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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PORTO ALEGRE

Cidade terá confronto entre partidos que integram a base do governo

Pont (PT) e Fogaça (PPS) disputam segundo turno

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O segundo turno entre Raul Pont (PT) e José Fogaça (PPS) será uma espécie de plebiscito em Porto Alegre, administrada há 16 anos pelo PT. Com 99,58% dos votos apurados, Pont tinha 37,62%, contra 28,33% de Fogaça.
A disputa na capital gaúcha será também o confronto entre dois partidos que integram a base de sustentação do governo federal -o que não significará neutralidade do presidente Lula.
Quando o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, esteve em Porto Alegre para participar do comício de encerramento do campanha petista, disse: "Venho representando o presidente Lula, para mostrar que temos lado".
Pont afirmou que buscará ""a readequação da frente [de sustentação de sua candidatura]" e que achava que teria margem maior no primeiro turno. No segundo turno, a tendência é que os demais partidos (com exceção do PSB, que deve apoiar o PT) se perfilem em um bloco oposicionista. Se Pont se eleger em Porto Alegre, o PT chegará a 20 anos no poder.
"Não há bloco oposicionista. Alguns partidos estão no governo Lula, e isso terá terá peso no segundo turno", disse Pont.
Para formar uma nova rede de alianças, Pont convocou o que define como "comitê suprapartidário", que, segundo ele, "conta com pessoas que vieram do velho MDB, do PDT, PTB, PPS, e terá tarefa maior a partir de agora".

Oposição
Fogaça demonstrou otimismo. "Há na cidade uma tendência irrefreável para mudar. O segundo turno exigirá alianças, e nós vamos fazê-las", afirmou.
O mais provável é que os demais partidos apoiem Fogaça, que ontem já se pronunciava dizendo ser essa uma tendência natural.
"A chegada ao segundo turno é uma construção de todas as oposições", disse Fogaça, que fez um afago ao seu partido anterior, o PMDB. "Se há algum país no mundo que deve algo a um partido, é o Brasil ao PMDB. Graças a ele, vivemos hoje em liberdade democrática", disse -o PMDB teve um candidato no primeiro turno, Mendes Ribeiro Filho.
"Tivemos um discurso forte de oposição no primeiro turno, mas será uma decisão a ser tomada pelo partido, provavelmente já amanhã [hoje]. Farei parte desse processo, mas não posso decidir nada sozinho", afirmou Carlos Eduardo Vieira da Cunha, candidato do PDT no primeiro turno, que reconhece haver uma tendência de apoio do seu partido a Fogaça.
""O caminho natural é a oposição se unir, mas é uma decisão a ser tomada amanhã [hoje]", afirmou o candidato do PFL no primeiro turno, Onyx Lorenzoni.


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