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PORTO ALEGRE
Cidade terá confronto entre partidos que integram a base do governo
Pont (PT) e Fogaça (PPS) disputam segundo turno
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O segundo turno entre Raul
Pont (PT) e José Fogaça (PPS) será uma espécie de plebiscito em
Porto Alegre, administrada há 16
anos pelo PT. Com 99,58% dos
votos apurados, Pont tinha
37,62%, contra 28,33% de Fogaça.
A disputa na capital gaúcha será
também o confronto entre dois
partidos que integram a base de
sustentação do governo federal
-o que não significará neutralidade do presidente Lula.
Quando o ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu, esteve em
Porto Alegre para participar do
comício de encerramento do
campanha petista, disse: "Venho
representando o presidente Lula,
para mostrar que temos lado".
Pont afirmou que buscará ""a
readequação da frente [de sustentação de sua candidatura]" e que
achava que teria margem maior
no primeiro turno. No segundo
turno, a tendência é que os demais partidos (com exceção do
PSB, que deve apoiar o PT) se perfilem em um bloco oposicionista.
Se Pont se eleger em Porto Alegre,
o PT chegará a 20 anos no poder.
"Não há bloco oposicionista.
Alguns partidos estão no governo
Lula, e isso terá terá peso no segundo turno", disse Pont.
Para formar uma nova rede de
alianças, Pont convocou o que define como "comitê suprapartidário", que, segundo ele, "conta
com pessoas que vieram do velho
MDB, do PDT, PTB, PPS, e terá
tarefa maior a partir de agora".
Oposição
Fogaça demonstrou otimismo.
"Há na cidade uma tendência irrefreável para mudar. O segundo
turno exigirá alianças, e nós vamos fazê-las", afirmou.
O mais provável é que os demais
partidos apoiem Fogaça, que ontem já se pronunciava dizendo ser
essa uma tendência natural.
"A chegada ao segundo turno é
uma construção de todas as oposições", disse Fogaça, que fez um
afago ao seu partido anterior, o
PMDB. "Se há algum país no
mundo que deve algo a um partido, é o Brasil ao PMDB. Graças a
ele, vivemos hoje em liberdade
democrática", disse -o PMDB
teve um candidato no primeiro
turno, Mendes Ribeiro Filho.
"Tivemos um discurso forte de
oposição no primeiro turno, mas
será uma decisão a ser tomada pelo partido, provavelmente já amanhã [hoje]. Farei parte desse processo, mas não posso decidir nada
sozinho", afirmou Carlos Eduardo Vieira da Cunha, candidato do
PDT no primeiro turno, que reconhece haver uma tendência de
apoio do seu partido a Fogaça.
""O caminho natural é a oposição se unir, mas é uma decisão a
ser tomada amanhã [hoje]", afirmou o candidato do PFL no primeiro turno, Onyx Lorenzoni.
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