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ROTA DAS ESPECIARIAS URBANAS
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Mercado Municipal Paulistano |
VARIEDADE e preço que não se comparam aos dos shoppings, para todos os gostos e bolsos, são exclusividades do centro
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AMARÍLIS LAGE
EMILIANO URBIM E
RICARDO LISBÔA
DA EQUIPE DE TRAINEES
O centro reflete em sua variedade de estabelecimentos comerciais o mesmo ecletismo das tribos que por lá circulam.
É possível sair trajado na última
onda de Paris -dos anos 30-
depois de passar por lojas como A
Fildalga e Chapelaria Paulista.
Onde você vai usar uma cartola é
problema seu.
Mas quem gosta de acompanhar a moda de Taiwan ou Assunção faz a festa na rua 25 de Março, paraíso dos sacoleiros.
Yuppies, emergentes e afins encontram, na Ravil, canetas e lapiseiras importadas. Na relojoaria
Zurick pode-se comprar um relógio cuco português por R$ 3,8 mil
enquanto se ouve a música típica
dos tocadores andinos.
E, na hora da fome, há opções
para todos os gostos e bolsos.
Quem tem a carteira recheada,
pode experimentar o filé do restaurante Moraes ou as massas do
Circolo Italiano. Outros vão em
busca do concorridíssimo Pedrinho Hot-Dog ou o notívago pernil do bar Estadão.
Mercado Municipal
Nozes, toranjas, trufas, alcachofras e ostras. Queijos italianos. Vinhos da França. Ervas e absinto.
O Mercado Municipal Paulistano é uma verdadeira vitrine gastronômica. Das mais exóticas especiarias importadas aos sabores
típicos de cada região do país: rapadura, refrigerante de caju, queijo-de-minas e goiabada cascão.
A variedade de produtos, que
salta aos olhos de quem passeia
pelos corredores do mercado, está
associada à história da cidade.
Quando o mercado foi inaugurado, em 1932, seus boxes atraíram imigrantes ávidos por, através da comida, diminuir a saudade da terra natal. E em pouco tempo, as prateleiras estavam repletas
de iguarias importadas.
Dentro de cada loja está a história de uma família que veio de
longe. Como a dos italianos Chiapetta, há três gerações no local.
Para não falir devido à chegada
das redes de supermercado, os estandes precisaram se especializar.
Leonardo Chiapetta, atual proprietário do empório da família,
chegou a viajar pela Europa em
busca de novidades.
Como resultado, o mercado
mantém importância no circuito
gastronômico. Chefs dos melhores restaurantes o frequentam em
busca de inspiração. "Aqui você
vê os produtos sazonais e os que
serão tendência", diz o chef Massimo Ferrari. "E há uma vantagem: você conversa com quem vai te vender. Uma experiência que
só é possível neste lugar."
Galeria do Rock
Mas como diriam os Titãs, a
gente não quer só comida. E em
matéria de diversão e música, o
edifício das Grandes Galerias é
um dos principais pontos do centro. Lá se acha praticamente tudo
em matéria de música jovem -e
nem tão jovem. Na Baratos Afins
há CDs de bandas consagradas,
como Beatles, Ramones, U2 e Radiohead, além de um catálogo de
mais de 10 mil vinis- novos- e
incontáveis usados.
Lojas especializadas em uma ou
outra vertente do rock e até em
MPB são as âncoras da galeria,
mas não são tudo. Camisetas, buttons, pins, bonequinhos e centenas de acessórios fazem a festa do
fã de cultura pop.
Uma parte inusitada do prédio é
o subsolo, dedicado aos adeptos
do hip-hop: nos salões de beleza, é
possível fazer penteados e cortes
por um terço do preço do que se
paga nos Jardins.
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