São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ROTA DAS ESPECIARIAS URBANAS


Mercado Municipal Paulistano



VARIEDADE e preço que não se comparam aos dos shoppings, para todos os gostos e bolsos, são exclusividades do centro


AMARÍLIS LAGE
EMILIANO URBIM E
RICARDO LISBÔA
DA EQUIPE DE TRAINEES

O centro reflete em sua variedade de estabelecimentos comerciais o mesmo ecletismo das tribos que por lá circulam.
É possível sair trajado na última onda de Paris -dos anos 30- depois de passar por lojas como A Fildalga e Chapelaria Paulista. Onde você vai usar uma cartola é problema seu.
Mas quem gosta de acompanhar a moda de Taiwan ou Assunção faz a festa na rua 25 de Março, paraíso dos sacoleiros.
Yuppies, emergentes e afins encontram, na Ravil, canetas e lapiseiras importadas. Na relojoaria Zurick pode-se comprar um relógio cuco português por R$ 3,8 mil enquanto se ouve a música típica dos tocadores andinos.
E, na hora da fome, há opções para todos os gostos e bolsos. Quem tem a carteira recheada, pode experimentar o filé do restaurante Moraes ou as massas do Circolo Italiano. Outros vão em busca do concorridíssimo Pedrinho Hot-Dog ou o notívago pernil do bar Estadão.

Mercado Municipal
Nozes, toranjas, trufas, alcachofras e ostras. Queijos italianos. Vinhos da França. Ervas e absinto.
O Mercado Municipal Paulistano é uma verdadeira vitrine gastronômica. Das mais exóticas especiarias importadas aos sabores típicos de cada região do país: rapadura, refrigerante de caju, queijo-de-minas e goiabada cascão.
A variedade de produtos, que salta aos olhos de quem passeia pelos corredores do mercado, está associada à história da cidade.
Quando o mercado foi inaugurado, em 1932, seus boxes atraíram imigrantes ávidos por, através da comida, diminuir a saudade da terra natal. E em pouco tempo, as prateleiras estavam repletas de iguarias importadas.
Dentro de cada loja está a história de uma família que veio de longe. Como a dos italianos Chiapetta, há três gerações no local. Para não falir devido à chegada das redes de supermercado, os estandes precisaram se especializar. Leonardo Chiapetta, atual proprietário do empório da família, chegou a viajar pela Europa em busca de novidades.
Como resultado, o mercado mantém importância no circuito gastronômico. Chefs dos melhores restaurantes o frequentam em busca de inspiração. "Aqui você vê os produtos sazonais e os que serão tendência", diz o chef Massimo Ferrari. "E há uma vantagem: você conversa com quem vai te vender. Uma experiência que só é possível neste lugar."

Galeria do Rock
Mas como diriam os Titãs, a gente não quer só comida. E em matéria de diversão e música, o edifício das Grandes Galerias é um dos principais pontos do centro. Lá se acha praticamente tudo em matéria de música jovem -e nem tão jovem. Na Baratos Afins há CDs de bandas consagradas, como Beatles, Ramones, U2 e Radiohead, além de um catálogo de mais de 10 mil vinis- novos- e incontáveis usados.
Lojas especializadas em uma ou outra vertente do rock e até em MPB são as âncoras da galeria, mas não são tudo. Camisetas, buttons, pins, bonequinhos e centenas de acessórios fazem a festa do fã de cultura pop.
Uma parte inusitada do prédio é o subsolo, dedicado aos adeptos do hip-hop: nos salões de beleza, é possível fazer penteados e cortes por um terço do preço do que se paga nos Jardins.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Adoção tira praças e estátuas do abandono
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.