São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Descoberta de novos talentos ainda fica em segundo plano

DA REPORTAGEM LOCAL

A formação de novos talentos patina em modalidades menos difundidas, e com poucos recursos. Segue mais no discurso -na tentativa de obter dinheiro extra- que na prática.
No tiro com arco, a confederação usou verba que seria destinada à base na preparação olímpica. "Da metade de 2007 até agora, o alto rendimento virou prioridade em razão da Olimpíada. Até então, aplicávamos de 20% a 30% na base", diz o presidente da confederação, Vicente Blumenschein.
O remo também optou pelo alto rendimento, que sempre rende mais visibilidade.
"A prioridade de 2004/2008 era investir em resultados, e abrimos um pouco mão da base. Foi um erro calculado. Precisávamos operacionalizar o sênior. Para 2012, vamos focar na formação, fazendo seletivas júnior e sub-23", conta Julio Noronha, diretor técnico da confederação de remo.
Fatores como a falta de técnicos capacitados e até a dimensão continental do Brasil atrapalham, diz David Montero Gomez, presidente da confederação de levantamento de peso. "O que ainda temos é o atleta que parou e se tornou treinador, algo ainda amador."
Há três anos, são disputados Brasileiros sub-16, sub-18 e sub-20 no peso. "Está sendo feita a renovação, mas ainda é pouca", fala Gomez. "É difícil ter núcleos em todo o país."
Ter um centro de treinamento é visto como um ponto para ajudar a desenvolver a base e fechar novos patrocínios. "Queremos manter equipes de tiro com arco 24 horas. A idéia é pegar o garoto, levar para o CT e fazer convênio com a prefeitura para que ele estude", conta Blumenschein, sobre o CT da modalidade, em Maricá (RJ).
Em alguns esportes, investir em novatos é "a perpetuação da modalidade". Nas lutas, o presidente Pedro Gama Filho diz usar verba da Lei Piva nas seleções desde o infantil. No pentatlo moderno, o desafio é superar o desconhecimento.
"Não temos estrutura para fazer esse tipo de trabalho [de base]. Demanda verba, investimento em técnicos, contato com esporte que muitos não conhecem", diz o dirigente Hélio Meirelles Cardoso.
As exceções nas categorias de base são modalidades mais "ricas". Os vôleis de quadra e de praia, por exemplo, somam juntos 28 Mundiais sub-20.


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