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APOSENTADORIA
Falência do sistema público fez com que planos privados crescessem 261% em dez anos
Previdência privada ganha força
ANDRESSA ROVANI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Pensar no futuro e, principalmente, investir nele, nunca foi o
forte do brasileiro. Inflação nas alturas, insegurança na política econômica e falta de intimidade com
investimentos fizeram com que a
aposentadoria sempre fosse tida
como uma preocupação menor.
O risco de falência do INSS e a
estabilidade da moeda viraram o
placar. O número de planos de
previdência aberta saltou de 1,8
milhão em 1994 para 6,5 milhões
neste ano. "A visão sobre o dinheiro está mudando. O brasileiro percebeu que, se ele não se
preocupar com o futuro, o Estado
não poderá ajudá-lo", analisa
Luiz Roberto Gouvêa, diretor-geral da consultoria Towers Perrin.
"A tendência do INSS é reduzir o
teto do benefício", completa.
Quem quer garantir o futuro
tem hoje duas opções: a previdência complementar fechada, oferecida por empregadores ou por
sindicatos, e a aberta, vendida por
seguradoras para o público em
geral. "O papel do governo federal
passou a ser normatizar e fiscalizar", diz o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis.
Vedetes
Entre os investimentos de aposentadoria de maior sucesso, estão o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Ambos
são de arrecadação. Quanto mais,
e por mais tempo, você economizar, maior será a renda vitalícia.
A vantagem sobre outros tipos
de fundos é não sofrer tributação
ao longo do investimento. Enquanto aplicações em renda fixa,
por exemplo, têm um desconto
mensal de 20% sobre os rendimentos, o PGBL e o VGBL só sofrem tributação no resgate.
Já entre o PGBL e o VGBL, a diferença está no acerto de contas
com o leão. O PGBL é indicado
para quem faz a declaração de Imposto de Renda no formulário
completo, que permite o abatimento de até 12% da renda bruta.
"Não é uma isenção, é um diferimento fiscal que será cobrado na
hora do resgate", alerta o advogado Antônio Penteado Mendonça.
Já o VGBL, indicado para quem
faz a declaração simplificada, é
um seguro de vida resgatável e sofre apenas a tributação sobre o
que rendeu.
O engenheiro Armando Leão
Henriques, 85, está aposentado há
29 anos. Durante outros 29, investiu mensalmente na Previ, fundo
de pensão do Banco do Brasil. A
empresa depositou, durante o período, contrapartida de igual valor para ele. Hoje, 70% de sua renda vem desse investimento, e
30%, do INSS. "Se dependesse do
governo, estaria desamparado."
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