São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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APOSENTADORIA 2

Estimativa é que funcionário pare de trabalhar ganhando entre 41% e 70% do último salário

Plano empresarial segura talentos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Além de serem um benefício atraente para o novo funcionário, planos de previdência fechados garantem a permanência do profissional em empresas públicas e privadas e aumentam a rotatividade dos mais velhos -que, com dinheiro em caixa, podem se aposentar mais cedo.
Pesquisa da consultoria Towers Perrin revela que 66% das empresas multinacionais e nacionais de grande porte presentes no país oferecem o benefício para aumentar a competitividade. Em 59% dos casos, a estimativa é a de que o funcionário, ao se aposentar, ganhe entre 41% e 70% do último salário, já somado o valor do benefício pago pelo governo.
A SPC (Secretaria de Previdência Complementar) fiscaliza 850 planos fechados, que somam ativos da ordem de R$ 250 bilhões. Somente em 2003, foram aprovados mais de 200 planos coletivos. "A expectativa é que esse número dobre até 2010", completa o secretário do órgão, Adacir Reis.
Para quem entra na empresa, aderir ao fundo de pensão se torna atrativo à primeira vista. Como o aporte da instituição geralmente varia entre 50% e 100% do que o funcionário decide investir por conta própria, o valor depositado pelo empregado pode dobrar. Mas a transparência e as contrapartidas exigidas pela companhia devem pesar na decisão.
Os funcionários da Shell, por exemplo, têm o benefício totalmente patrocinado pela empresa por meio de seu fundo de pensão ComShell, e a adesão é automática. Hoje, o fundo conta com 2.000 participantes, dos quais 324 são inativos. A exigência para a aposentadoria é de que quem trabalhe lá há mais de cinco anos some 55 pontos, entre idade e tempo de casa. "Oferecer esse patrocínio é uma condição para nos tornarmos mais competitivos", diz Marcelo Neves, diretor-superintendente do ComShell.

Uso criterioso
Um problema possível na hora de se desligar de uma empresa com fundo de pensão é o que fazer com o dinheiro investido: sacar ou transferir para outra aplicação? Celso Oliveira, 36, gerente de parceiros corporativos da Microsoft, já participou de outros dois fundos de pensão de empresas em que trabalhou. Na hora de sair, resgatou e acabou gastando as economias.
O nascimento do filho, há oito meses, o fez reavaliar o benefício. O plano oferecido pela Microsoft pesou na hora de ser contratado. Há três meses na empresa, Oliveira aderiu ao plano de previdência empresarial e investe 12% do seu salário em Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que conta com aporte da companhia.
"Certamente esse foi um diferencial na escolha da instituição para trabalhar. Coloquei as contas no papel e criei uma estratégia de investimento. Hoje estou mais atento ao destino do meu dinheiro porque, com um filho, o futuro se torna mais incerto", conta.
"Sentíamos que essa era uma exigência dos nossos funcionários e precisamos nos adequar ao mercado. Negociamos taxas de administração e oferecemos a opção por dois planos, o PGBL, com abatimento em folha, e o VGBL", explica Sílvio Paciello, gerente de recursos humanos da Microsoft.
No mercado em geral, os fundos de pensão estão dando lugar à previdência aberta empresarial, que já representa 19% dos planos comercializados no primeiro trimestre deste ano. Como a administração e a gestão são terceirizadas, o investimento adquire maior transparência e permite que o participante interfira mais. (ANDRESSA ROVANI)


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