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APOSENTADORIA 2
Estimativa é que funcionário pare de trabalhar ganhando entre 41% e 70% do último salário
Plano empresarial segura talentos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Além de serem um benefício
atraente para o novo funcionário,
planos de previdência fechados
garantem a permanência do profissional em empresas públicas e
privadas e aumentam a rotatividade dos mais velhos -que, com
dinheiro em caixa, podem se aposentar mais cedo.
Pesquisa da consultoria Towers
Perrin revela que 66% das empresas multinacionais e nacionais de
grande porte presentes no país
oferecem o benefício para aumentar a competitividade. Em
59% dos casos, a estimativa é a de
que o funcionário, ao se aposentar, ganhe entre 41% e 70% do último salário, já somado o valor do
benefício pago pelo governo.
A SPC (Secretaria de Previdência Complementar) fiscaliza 850
planos fechados, que somam ativos da ordem de R$ 250 bilhões.
Somente em 2003, foram aprovados mais de 200 planos coletivos.
"A expectativa é que esse número
dobre até 2010", completa o secretário do órgão, Adacir Reis.
Para quem entra na empresa,
aderir ao fundo de pensão se torna atrativo à primeira vista. Como
o aporte da instituição geralmente
varia entre 50% e 100% do que o
funcionário decide investir por
conta própria, o valor depositado
pelo empregado pode dobrar.
Mas a transparência e as contrapartidas exigidas pela companhia
devem pesar na decisão.
Os funcionários da Shell, por
exemplo, têm o benefício totalmente patrocinado pela empresa
por meio de seu fundo de pensão
ComShell, e a adesão é automática. Hoje, o fundo conta com 2.000
participantes, dos quais 324 são
inativos. A exigência para a aposentadoria é de que quem trabalhe lá há mais de cinco anos some
55 pontos, entre idade e tempo de
casa. "Oferecer esse patrocínio é
uma condição para nos tornarmos mais competitivos", diz Marcelo Neves, diretor-superintendente do ComShell.
Uso criterioso
Um problema possível na hora
de se desligar de uma empresa
com fundo de pensão é o que fazer com o dinheiro investido: sacar ou transferir para outra aplicação? Celso Oliveira, 36, gerente de parceiros
corporativos da Microsoft, já participou de outros dois fundos de
pensão de empresas em que trabalhou. Na hora de sair, resgatou
e acabou gastando as economias.
O nascimento do filho, há oito
meses, o fez reavaliar o benefício.
O plano oferecido pela Microsoft
pesou na hora de ser contratado.
Há três meses na empresa, Oliveira aderiu ao plano de previdência
empresarial e investe 12% do seu
salário em Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que conta
com aporte da companhia.
"Certamente esse foi um diferencial na escolha da instituição
para trabalhar. Coloquei as contas
no papel e criei uma estratégia de
investimento. Hoje estou mais
atento ao destino do meu dinheiro porque, com um filho, o futuro
se torna mais incerto", conta.
"Sentíamos que essa era uma
exigência dos nossos funcionários
e precisamos nos adequar ao
mercado. Negociamos taxas de
administração e oferecemos a opção por dois planos, o PGBL, com
abatimento em folha, e o VGBL",
explica Sílvio Paciello, gerente de
recursos humanos da Microsoft.
No mercado em geral, os fundos
de pensão estão dando lugar à
previdência aberta empresarial,
que já representa 19% dos planos
comercializados no primeiro trimestre deste ano. Como a administração e a gestão são terceirizadas, o investimento adquire
maior transparência e permite
que o participante interfira mais.
(ANDRESSA ROVANI)
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