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EMPREENDEDORISMO
Antes de largar o emprego e abrir um negócio, esteja pronto para operar no vermelho
Sonhador arrisca-se a perder tudo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Especialistas alertam: abrir mão
do emprego assalariado para se
tornar autônomo ou empreendedor exige prudência e muito planejamento. Antes de colocar em
prática o sonho de "ser chefe de si
mesmo", é fundamental avaliar
desde perspectivas de ganho até
habilidades necessárias.
Se, por um lado, o empreendedorismo apresenta maior potencial de remuneração, por outro,
envolve a perda de garantias como 13º salário, férias remuneradas e benefícios da empresa.
Recomenda-se comparar o salário atual ao potencial de retorno
da nova atividade para afastar
possíveis desvantagens. Ainda
nesse contexto existe o risco de
queda do padrão de vida.
Calcular projeção salarial próxima de quanto pretende ganhar,
tendo o mercado de trabalho como referência, é a sugestão de Júlio César Durante, consultor do
Sebrae-SP (Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas de
São Paulo). "A nova remuneração
deve ser suficiente para cobrir, no
mínimo, assistência médica e previdência privada", avisa.
Para Rodrigo Forte, da consultoria Michael Page, gastos com
saúde, entre outros benefícios, devem ser embutidos pelo autônomo no valor de seu serviço. "Descontos de IRRF e de INSS também precisam ser considerados."
Plano de negócios
Identificar oportunidades e detectar demanda também são cuidados imprescindíveis. "Se não
há diferencial competitivo, fatalmente o negócio vai fechar", alerta o gerente da área de serviços
empreendedores do Instituto
Empreender Endeavor, Carlos
Pessoa Filho. Para checar a viabilidade de um projeto, ele recomenda a execução de um plano
de negócios -o que sai mais em
conta (até R$ 2.000) nas empresas
juniores, ligadas a faculdades.
Com a ajuda de um estudo desse tipo, o ex-executivo Germano
Schmidt, 32, elegeu o melhor local
para seu primeiro negócio, uma
academia de ginástica. Cauteloso,
fez ainda reserva financeira para o
caso de topar com adversidades.
"É prudente dispor de recursos
para se manter por pelo menos
três meses", aconselha Durante.
Já o estilista Sérgio Morisson,
28, optou por uma transição gradual para o negócio próprio. Há
cinco meses, criou sua marca de
roupas, mas ainda segue como
prestador de serviços. "Não quero
dar um passo maior que a perna."
Virtudes
Além de forte controle das finanças, empreender requer perfil
específico. Perseverança é uma
das condições para a abertura do
negócio próprio. "Você vai ouvir
vários "nãos" antes de ouvir um
sim", diz Daniel Li, 30, sócio-proprietário da Pixel Software.
O empresário trabalhou uma
única vez como funcionário. Impulsionado pela vocação empreendedora, pendurou o paletó
em menos de três anos. "Nunca
tive cultura para trabalhar em
uma empresa. Gosto de ter uma
visão geral do negócio."
Investir no segmento em que já
se tem experiência facilita, na opinião de especialistas. Pesquisa do
Sebrae-SP com 1.700 empresas
abertas de 1997 a 2001 mostra que
62% dos empresários que permaneciam em atividade em 2002 tinham ampla vivência ou bom conhecimento na área.
"A experiência adquirida na firma farmacêutica em que fui vendedor-propagandista por nove
anos me ajudou no negócio", diz
Alexandre Barbetta, 35, hoje sócio
de um escritório comercial.
(SILVIA BASILIO RIBEIRO)
INFORMAÇÕES - Sebrae: http://educacao.sebrae.com.br ou tel. 0800-780202; Instituto Endeavor: www.iee.org.br; Starta: www.starta.com.br; Geranegócio: www.geranegocio.com.br; Plano de Negócios: www.planodenegocios.com.br; Adempe: www.escoladeempresarios.com.br
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