São Paulo, quinta, 6 de agosto de 1998 |
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A descoberta da estrutura do DNA, há 45 anos, e a clonagem da ovelha Dolly no ano passado, marcam a emergência da genética como ciência que começa a revolucionar a natureza O êxito na clonagem de animais, o desenvolvimento de plantas resistentes a pragas e a seleção de embriões para gerar indivíduos menos sucetíveis a doenças e com capacidades físicas aperfeiçoadas são fatos cada vez mais próximos da realidade e distantes da ficção. O fim do século 20 assiste ao início de uma revolução na natureza provocada pelos avanços nas pesquisas da biologia molecular. O mais importante certamente será a conclusão do mapeamento do genoma humano, prevista para 2005, que trará à luz a função de cada um dos genes na organização do corpo humano. O valor científico e econômico do projeto ainda é imensurável, mas já gera uma corrida milionária entre o governo norte-americano e empresas privadas. Não menos revolucionárias são as possibilidades para a medicina preventiva trazidas pelas técnicas de manipulação embrionária. Com elas, os pais do futuro poderão evitar o desenvolvimento de doenças de origem genética em seus filhos. Ao mesmo tempo, a possibilidade de selecionar embriões "melhorados" ameaça suscitar novas formas de racismo. Até os promissores frutos da biotecnologia já começam a ser encarados com desconfiança. Ainda não se sabe que tipos de riscos a alteração genética de vegetais pode trazer ao organismo humano e que impacto a mutação de alimentos pode produzir sobre a natureza. Próximo Texto | Índice |
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