São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011

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TI tem 'apagão' de bons profissionais

Jovens enfrentam dificuldade para concluir o curso de tecnologia da informação e não ascendem na carreira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O rápido crescimento econômico do Brasil evidenciou alguns gargalos de formação profissional, especialmente em áreas estratégicas para o desenvolvimento.
Segundo o Datafolha, o recrutamento de candidatos qualificados é mais difícil nos setores de tecnologia da informação (32%), informática (16%), construção civil (14%) e engenharia (13%).
"Uma das principais razões para esse déficit de profissionais está no seu aprendizado em sala de aula", diz Lucas Toledo, gerente-executivo da divisão de tecnologia da empresa de recrutamento Michael Page no Brasil.
"Os estudantes são abordados pelas empresas para começar a trabalhar antes de concluírem a graduação, e muitos não a completam.
Depois, não conseguem ascender na carreira por falta de formação", explica.
Edson Luiz Pereira, executivo de parcerias educacionais da IBM Brasil, acrescenta que outra razão da desistência dos cursos é a própria dificuldade em acompanhá-los, pela alta demanda de conhecimentos de matemática.
"Trata-se de um problema que começa no ensino de base e que sinaliza a importância de fazer mudanças imediatas e importantes nos ensinos fundamental e médio. Se conseguíssemos formar profissionais para 40% das vagas disponíveis em TI, a questão estaria resolvida."
Pereira cita que outro problema é a qualificação da mão de obra formada, que deveria levar em consideração a velocidade das mudanças e das inovações do setor, além das diversas especialidades exigidas pelo mercado.
Jaime Pinaud, diretor de RH da Microsoft Brasil, avalia que a falta de conhecimento do idioma inglês também contribui para a lacuna de bons profissionais.

MATURIDADE
A falta de capacidade técnica não é o único fator do apagão. Para César Palmieri, diretor de talentos do Grupo i9, empresa de TI, há carência também de maturidade.
"As empresas crescem rápido, e alguns profissionais pegam carona, mas eles não têm a vivência necessária para o cargo e o salário que possuem", comenta.
"Quando buscam novas oportunidades, disputarão vagas em um nível maior do que o de seu conhecimento técnico e de sua vivência, o que evidencia a falta de capacitação na área", frisa. (MCN)


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