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FUTEBOL
Países largam com surras de rivais
Alemanha pena com guerras e sem craques;
Brasil acumula derrotas para a Argentina
DA REPORTAGEM LOCAL
O começo para as seleções de Alemanha e Brasil não foi nada animador.
As
duas penaram nas mãos de vizinhos por terem demorado mais do que outros
países a perceber de fato o esporte.
A primeira partida da seleção alemã aconteceu no dia 5 de abril de
1908:
derrota por 5 a 3 para a Suíça. Naquele mesmo ano, os alemães fariam
outros
dois amistosos e perderiam ambos: 5 a 1 para a Inglaterra e 3 a 2 para
a
Áustria. No primeiro jogo de 1909, um vexame histórico: 9 a 0 diante da
Inglaterra, com quem travariam grande rivalidade no século 20.
O Brasil estreou com vitória no dia 21 de julho de 1914, mas derrotou
por 2
a 0 um clube, o inglês Exeter City, no Rio. Na segunda vez que a
seleção
brasileira entrou em campo, o placar do amistoso oficial mostrou bem a
realidade do início do futebol na América do Sul: Argentina 3x0 Brasil.
Antes de 1914, combinados brasileiros com cariocas ou paulistas
apanhavam
dos argentinos. Em 12 jogos, dez derrotas. Uma equipe paulista recheada
de
ingleses arrancou empate em 2 a 2 em 1908, e outro combinado paulista
conseguiu em 1913 a façanha de bater os rivais em Buenos Aires.
O primeiro triunfo da seleção alemã veio só em seu sexto jogo. No
sufoco, a
equipe venceu em casa (Karlsruhe) a Suíça por 1 a 0 em abril de 1909.
Só
dois anos depois dessa vitória a Alemanha conseguiria bater um outro
país, a
Suécia (4 a 2). Em 1911, o exército alemão incluiu o futebol no
programa de
educação física e ajudou a desenvolver o esporte no país. Porém duas
guerras
mundiais cercariam o avanço alemão.
A seleção brasileira foi experimentar seu primeiro grande sucesso em
1919,
quando venceu o então Sul-Americano, atual Copa América, jogando em
casa. O
feito foi possível só por causa de um gol na segunda prorrogação de um
jogo
contra o Uruguai nas Laranjeiras, no Rio. O 1 a 0 sobre o rival foi
obra de
Friedenreich, fenômeno isolado na fase amadora do futebol brasileiro,
marcada pelo bairrismo exacerbado de cariocas e paulistas em torno da
seleção e pela cisão de ligas e federações.
A equipe ganharia outra taça continental em 1922, quando teve seu
primeiro
técnico de fato, e viveria fila até 1949. Só no fim do século 20
ganharia
uma Copa América fora de casa.(RODRIGO BUENO)
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