São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Medicina

Trabalho em equipe ajuda a fortalecer formação médica

David Uip, diretor executivo do Incor, diz dormir quatro horas por noite

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para crescer na profissão, o médico deve trabalhar em grupo e, de preferência, se ligar a uma grande instituição. O conselho é de David Uip, referência em infectologia no país, diretor-executivo do Incor (Instituto do Coração) e presidente da Fundação Zerbini. Uip também é conhecido por ter tratado pessoas famosas, como o ex-governador Mário Covas e o cantor Fábio Jr.
Aos 55 anos, ele acumula diversas atividades. Além do trabalho no Incor e na Fundação Zerbini, ele se mantém ligado à Faculdade de Medicina do ABC e ao seu consultório particular -onde trabalha, todos os dias, das 16h à meia-noite.
Quem acha que todas essas atividades não cabem em 24 horas está enganado. "Não abro mão de nada, também jogo futebol e vou a festas.
Mas a família sofre um pouco e eu durmo apenas de três a quatro horas por noite." O caminho até chegar onde está hoje foi longo e começou a ser planejado cedo, ainda na faculdade de medicina.
No terceiro ano do curso, Uip se envolveu como Projeto Rondon -que leva estudantes a áreas carentes do país. Pouco tempo depois, tornou-se coordenador do projeto na área de saúde em São Paulo.
Sete anos após ter terminado a faculdade, ele participava de um dos grupos pioneiros no diagnóstico de Aids do país.
O trabalho com a doença desembocou na criação da Casada Aids - que mudou a forma de ver o paciente e permitiu a atuação do grupo em outros projetos, como um de combate à Aids em Angola.
Hoje, Uip se prepara para um novo trabalho fora do país. "Eu não tenho muito sossego, acabo assumindo novos desafios."

Oportunidades
David Uip credita parte de seu sucesso profissional à escolha da infectologia como especialidade médica, que se desenvolveu bastante nos anos 80. "Acho que, na minha geração, houve a mudança da especialidade.
Era voltada para tratar malária, doença de Chagas e esquistossomose. Começou a se perceber que era uma especialidade extremamente importante na área hospitalar."
Aproveitando a ampliação do campo, Uip foi um dos primeiros a trabalhar com infecção dentro do hospital e, especificamente, nos transplantes de coração e de fígado. Nem tudo foi sorte, diz. "Tem uma porção de coincidências, mas eu costumo dizer que o trem passa uma vez, ou você sobe ou deixa passar. Eu nunca falei não, aparecem as oportunidades e eu vou atrás." (JOHANNA NUBLAT)


Texto Anterior: Pergunta do calouro
Próximo Texto: Tempo de estudos é um dos desafios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.