São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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Publicidade

Até vôlei inspirou presidente de agência

Adriana Cury começou a trabalhar no cargo de assistente de revisão

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A única mulher a presidir uma multinacional de publicidade no Brasil começou a trabalhar como assistente de revisor, há pouco mais de duas décadas.
Hoje, além de ser presidente da McCann Erickson, Adriana Cury, 46, vem arrematando uma coleção de prêmios em sua área, foi jurada do festival de Cannes em 2006 e citada pela revista "Forbes" como uma das dez mulheres mais influentes em sua área no Brasil.
E tudo começou graças à aversão ao estágio. Ela conta que, quando estava para se formar pela Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), os processos de estágio não eram levados tão a sério quanto hoje, e os universitários acabavam sendo vistos como ajudantes gerais, não como futuros profissionais.
A saída encontrada por Adriana foi começar a trabalhar onde quer que fosse, contanto que para dentro dos muros de alguma agência de publicidade.
Craque em português, conseguiu uma vaga de assistente de revisor numa agência grande e bem conceituada no mercado, a extinta MPM.
Apesar de ter começado na área de revisão, nunca perdeu de vista o objetivo de trabalhar na criação. Dava um jeito de conseguir alguma tarefa nas contas menores, usava a hora do almoço para trabalhar e depois pedia a opinião crítica dos "criativos".
"Trabalhava [na hora] no lanche, no sábado, no domingo, em qualquer hora que fosse possível", conta.
Com essa estratégia, Adriana conseguiu, seis meses depois, ser admitida como estagiária no setor de criação. Como já era conhecida da equipe, sempre foi levada a sério e não demorou a ser contratada.
Depois de quatro anos, Adriana deixou a MPM, migrou por diversas agências até chegar à Lowe, onde, pela primeira vez, assumiu um cargo de direção ainda no setor criativo.
"Foi um período muito complicado porque eu tive que liderar equipes compostas por homens muito mais experientes do que eu e que, obviamente, não gostavam muito."
Sem saber como coordenar os diversos profissionais, Adriana usou até a experiência adquirida como jogadora de vôlei-esporte que chegou a praticar de forma semi-profissional."
O esporte em equipe ajuda a saber como estimular a equipe, ajuda a lidar com a vitória e com a derrota e ajuda a perceber que, por melhor que você seja, não é possível ganhar o campeonato sozinha."
Depois da Lowe, Adriana passou por mais duas agências até chegar à McCann, em 2005, na presidência compartilhada com Luca Lindner. E, apesar da posição de destaque, a publicitária diz que boa parte do charme atribuído à profissão não existe na realidade e alerta: "É uma profissão que exige esforço e dedicação extremos, 24 horas por dia, todos os dias". (TOMÁS CHIAVERINI)


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