São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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Um ano depois

Vencedor de 2005 faz parceria, e Schwab viabiliza experiência

Meta é levar energia solar às comunidades ribeirinhas

BRUNA MARTINS FONTES
ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA

Um ano depois de vencer o prêmio Empreendedor Social 2005, o médico sanitarista Eugenio Scannavino Netto vê seu projeto Saúde e Alegria conseguir novas conquistas.
Além de inaugurar uma embarcação especial, com consultórios e salas para atendimentos de emergência, ele quer levar energia solar às comunidades ribeirinhas que vivem à margem da rede de distribuição de energia elétrica.
Em parceria com outro empreendedor da rede Schwab _Fábio Rosa, diretor-executivo do Ideaas (Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas)_, o objetivo é levar placas que geram energia elétrica a partir da luz solar.
Os dois empreendedores, que já se conheciam de longa data, resolveram unir forças. Como já haviam conversado sobre o problema, sistematizaram um projeto para democratizar o acesso à energia.
"As políticas públicas só contemplam as concessionárias de energia, que não podem superar os 60 km de largura do rio Tapajós. É preferível que cada comunidade possa cuidar do seu destino", defende Fábio.

Busca por financiamento
A união dos empreendedores conseguiu, com apoio da Fundação Schwab, financiamento da The Lemelson Foundation, que foi usado para estudar costumes e necessidades de três comunidades locais que não têm acesso à energia elétrica.
Nas três, 40% da população ganha menos de um salário mínimo, mas gasta pelo menos R$ 30 mensais para comprar velas, lampiões, querosene e pilhas, já que não pode contar com eletricidade para iluminação e para ouvir rádio.
Com esses resultados em mãos, surgiu a proposta de fazer uma empresa social, composta de membros do Saúde e Alegria, do Ideaas e das comunidades atendidas.
Agora, eles buscam financiamento para implantar o projeto piloto.
"Nosso modelo propõe fornecer energia elétrica a R$ 30 mensais, o que daria para iluminar, ouvir rádio e até bombear água e melhorar as condições sanitárias que faltam a 97% dessa população", entusiasma-se Fábio.
O dinheiro também seria usado para um fundo de manutenção, e cada comunidade ganharia um kit com placas solares e baterias. "Sozinhos, não somos nada. É preciso haver integração entre os empreendedores", defende Eugenio.


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