São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Das 10 tops do Enem em SP, só 1 é pública

Somente a Vértice e a Bandeirantes, particulares, obtiveram médias acima de 70 pontos no exame, realizado por 1.182 escolas

Das 50 melhores no ranking do Enem, apenas sete são públicas; todas de ensino técnico, que aplicam vestibulinho para o ingresso

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas duas das 1.182 escolas paulistanas que participaram do Enem 2006 (Exame Nacional do Ensino Médio) ficaram com médias consideradas como boas ou excelentes. Ambas são da rede particular.
O colégio com a melhor rendimento foi o Vértice, cuja nota média de seus alunos foi de 74,12 (considerando a redação e a prova objetiva). A escala do exame vai de 0 a 100. Em segundo lugar, ficou o Bandeirantes, com 70,84.
De acordo com a escala utilizada na prova, apenas essas duas instituições podem ser consideradas com desempenho bom ou excelente (classificação dada àquelas que têm médias entre 70 e 100).
A maior parte dos colégios paulistanos (51,6%) ficou na faixa de regular a bom, cuja nota vai de 40 a 69.
A média na capital paulista foi de 44,3, um pouco superior ao resultado do Estado (43,4) e ao do país (42,5). Esses resultados estão na faixa de insuficiente a regular (de 0 a 39 pontos).
O Inep (instituto que aplica o Enem) afirma, porém, que as classificações vêm perdendo a precisão pedagógica e não serão mais utilizadas na edição 2007 da avaliação.

Ajuste
Os colégios Vértice e Bandeirantes têm tamanhos diferentes: enquanto do primeiro participaram 52 alunos, do segundo foram 523.
Para divulgar a comparação, o Ministério da Educação aplica uma fórmula estatística para que a diferença de tamanho das instituições não interfiram.
Os dois colégios também haviam ficado em primeiro no Enem 2005, primeiro ano que o governo federal divulgou o resultado por escola.
Dentre os 50 melhores colégios da cidade, apenas sete são públicos -mesmo assim, são escolas técnicas, em que há vestibulinho para ingresso.
No ano passado, 3,7 milhões de alunos se inscreveram no exame e 2,7 milhões compareceram ao dia da prova. Foi a maior edição desde o início do exame, em 1999.
Podem participar estudantes que se formaram no 3º ano do ensino médio, tanto no ano da aplicação quanto em períodos anteriores.
O Enem não é obrigatório, mas a participação vem crescendo porque a nota pode ser utilizada como parte de vestibulares no país (a Fuvest é um caso) e como seleção para o Prouni (programa do governo federal que concede bolsas de estudo a alunos carentes em universidades privadas).

Crítica
"Há uma deturpação do Enem ao se fazer essa comparação. O Enem foi criado para avaliar o indivíduo e não a escola", afirma Maria Inês Fini, 58, criadora do Enem.
Para a secretária estadual de educação de São Paulo, Maria Lucia Vasconcelos, o mau desempenho da sua rede serve como alerta. "Iremos tomar ações corretivas, como rever a questão da progressão continuada. Ainda não consultei a rede de professores, mas entendo que o ciclo deveria diminuir."


Colaborou FERNANDA CALGARO


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