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Das 10 tops do Enem em SP, só 1 é pública
Somente a
Vértice e a
Bandeirantes,
particulares,
obtiveram
médias acima de
70 pontos no
exame, realizado
por 1.182 escolas
Das 50 melhores no ranking
do Enem, apenas sete são
públicas; todas de ensino
técnico, que aplicam
vestibulinho para o ingresso
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas duas das 1.182 escolas
paulistanas que participaram
do Enem 2006 (Exame Nacional do Ensino Médio) ficaram
com médias consideradas como boas ou excelentes. Ambas
são da rede particular.
O colégio com a melhor rendimento foi o Vértice, cuja nota
média de seus alunos foi de
74,12 (considerando a redação
e a prova objetiva). A escala do
exame vai de 0 a 100. Em segundo lugar, ficou o Bandeirantes, com 70,84.
De acordo com a escala utilizada na prova, apenas essas
duas instituições podem ser
consideradas com desempenho
bom ou excelente (classificação
dada àquelas que têm médias
entre 70 e 100).
A maior parte dos colégios
paulistanos (51,6%) ficou na
faixa de regular a bom, cuja nota vai de 40 a 69.
A média na capital paulista
foi de 44,3, um pouco superior
ao resultado do Estado (43,4) e
ao do país (42,5). Esses resultados estão na faixa de insuficiente a regular (de 0 a 39 pontos).
O Inep (instituto que aplica o
Enem) afirma, porém, que as
classificações vêm perdendo a
precisão pedagógica e não serão mais utilizadas na edição
2007 da avaliação.
Ajuste
Os colégios Vértice e Bandeirantes têm tamanhos diferentes: enquanto do primeiro participaram 52 alunos, do segundo foram 523.
Para divulgar a comparação,
o Ministério da Educação aplica uma fórmula estatística para
que a diferença de tamanho das
instituições não interfiram.
Os dois colégios também haviam ficado em primeiro no
Enem 2005, primeiro ano que o
governo federal divulgou o resultado por escola.
Dentre os 50 melhores colégios da cidade, apenas sete são
públicos -mesmo assim, são
escolas técnicas, em que há vestibulinho para ingresso.
No ano passado, 3,7 milhões
de alunos se inscreveram no
exame e 2,7 milhões compareceram ao dia da prova. Foi a
maior edição desde o início do
exame, em 1999.
Podem participar estudantes
que se formaram no 3º ano do
ensino médio, tanto no ano da
aplicação quanto em períodos
anteriores.
O Enem não é obrigatório,
mas a participação vem crescendo porque a nota pode ser
utilizada como parte de vestibulares no país (a Fuvest é um
caso) e como seleção para o
Prouni (programa do governo
federal que concede bolsas de
estudo a alunos carentes em
universidades privadas).
Crítica
"Há uma deturpação do
Enem ao se fazer essa comparação. O Enem foi criado para
avaliar o indivíduo e não a escola", afirma Maria Inês Fini, 58,
criadora do Enem.
Para a secretária estadual de
educação de São Paulo, Maria
Lucia Vasconcelos, o mau desempenho da sua rede serve como alerta. "Iremos tomar ações
corretivas, como rever a questão da progressão continuada.
Ainda não consultei a rede de
professores, mas entendo que o
ciclo deveria diminuir."
Colaborou FERNANDA CALGARO
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