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Melhor de São Paulo, Vértice aposta na união de competências
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A separação habitual entre
turmas de humanas, exatas e
biológicas não existe nas classes do ensino médio do Colégio
Vértice, pelo segundo ano consecutivo apontado pelo Exame
Nacional do Ensino Médio
(Enem) como o melhor da cidade de São Paulo.
Na última avaliação, a escola
obteve 74,12 pontos na prova
objetiva e de redação. "Achamos muito mais enriquecedora
a mistura de competências diferentes", diz o diretor Victor
Koloszuk, 56, professor, físico
de formação e administrador.
Pequeno, quando comparado a seus concorrentes diretos,
como o Colégio Bandeirantes
ou o Agostiniano Mendel, o
Vértice, que fica no bairro do
Campo Belo, tem apenas 210
alunos no ensino médio -55
estão no 3º ano, divididos em
duas turmas, uma de 27 e outra
de 28 estudantes. "Dá para darmos um atendimento personalizado, muito próximo, com a
presença constante dos professores na vida dos alunos."
A cada 15 dias, os alunos da 1ª
e 2ª séries passam por um "processo de verificação de aprendizagem", que não é uma prova
embora pareça com uma. A
idéia é localizar os "buracos"
que ficaram no ensino, para
que os professores possam
"consertá-los" antes da prova.
No 3º ano, essas verificações
de aprendizagem são substituídas pelos simulados, visando
aos vestibulares. A maioria dos
alunos do Vértice consegue entrar na faculdade sem passar
por cursinhos.
São muitas horas de aula. Em
regime semi-integral, na 1ª e 2ª
séries, os alunos têm atividades
todas as manhãs e duas tardes
por semana. No 3º ano, as aulas
ocupam todas as manhãs e todas as tardes.
Com apenas três espaços para laboratórios (um de exatas,
outro de biológicas e uma sala
multiuso), o Vértice acredita
que o laboratório de ciências é
ferramenta para a discussão
conceitural. "Serve para mostrar como acontece um determinado fenômeno. Perder
tempo com relatórios complicados é só isso: perda de tempo
mesmo", diz o diretor, reconhecendo que seu comentário
soa estranho vindo de um físico
de formação.
"Não seria justo impor a todo
o grupo de alunos uma dinâmica de laboratório exaustiva.
Prefiro juntar quatro professores, um de história, outro de literatura, um de filosofia e outro de ciências, e abrir uma discussão coletiva. É muito mais
interessante para os alunos e
para o processo educacional."
O Vértice não tem piscina e
conta apenas com a infra-estrutura básica para o desenvolvimento de atividades esportivas. "Escola não é clube", fulmina o diretor.
Para entrar no colégio, o aluno passa por entrevista, faz teste para avaliação e é obrigado a
freqüentar a escola um ou dois
dias antes de se matricular, para ver se é o que deseja mesmo.
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