São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Melhor de São Paulo, Vértice aposta na união de competências

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A separação habitual entre turmas de humanas, exatas e biológicas não existe nas classes do ensino médio do Colégio Vértice, pelo segundo ano consecutivo apontado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como o melhor da cidade de São Paulo.
Na última avaliação, a escola obteve 74,12 pontos na prova objetiva e de redação. "Achamos muito mais enriquecedora a mistura de competências diferentes", diz o diretor Victor Koloszuk, 56, professor, físico de formação e administrador.
Pequeno, quando comparado a seus concorrentes diretos, como o Colégio Bandeirantes ou o Agostiniano Mendel, o Vértice, que fica no bairro do Campo Belo, tem apenas 210 alunos no ensino médio -55 estão no 3º ano, divididos em duas turmas, uma de 27 e outra de 28 estudantes. "Dá para darmos um atendimento personalizado, muito próximo, com a presença constante dos professores na vida dos alunos."
A cada 15 dias, os alunos da 1ª e 2ª séries passam por um "processo de verificação de aprendizagem", que não é uma prova embora pareça com uma. A idéia é localizar os "buracos" que ficaram no ensino, para que os professores possam "consertá-los" antes da prova.
No 3º ano, essas verificações de aprendizagem são substituídas pelos simulados, visando aos vestibulares. A maioria dos alunos do Vértice consegue entrar na faculdade sem passar por cursinhos.
São muitas horas de aula. Em regime semi-integral, na 1ª e 2ª séries, os alunos têm atividades todas as manhãs e duas tardes por semana. No 3º ano, as aulas ocupam todas as manhãs e todas as tardes.
Com apenas três espaços para laboratórios (um de exatas, outro de biológicas e uma sala multiuso), o Vértice acredita que o laboratório de ciências é ferramenta para a discussão conceitural. "Serve para mostrar como acontece um determinado fenômeno. Perder tempo com relatórios complicados é só isso: perda de tempo mesmo", diz o diretor, reconhecendo que seu comentário soa estranho vindo de um físico de formação.
"Não seria justo impor a todo o grupo de alunos uma dinâmica de laboratório exaustiva. Prefiro juntar quatro professores, um de história, outro de literatura, um de filosofia e outro de ciências, e abrir uma discussão coletiva. É muito mais interessante para os alunos e para o processo educacional."
O Vértice não tem piscina e conta apenas com a infra-estrutura básica para o desenvolvimento de atividades esportivas. "Escola não é clube", fulmina o diretor.
Para entrar no colégio, o aluno passa por entrevista, faz teste para avaliação e é obrigado a freqüentar a escola um ou dois dias antes de se matricular, para ver se é o que deseja mesmo.


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