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Bandeirantes classifica alunos por nota
Segundo no ranking dos melhores no Enem na cidade de SP divide estudantes pelo desempenho e pela carreira desejada
Classes são divididas entre as dos "vagabundos" e as dos "nerds'; não-execução de lições e faltas são passadas aos pais pela internet
DA REPORTAGEM LOCAL
Vice-campeão do Enem
2006 na cidade de São Paulo,
tendo obtido média de 70,84
pontos na prova objetiva e de
redação, o Colégio Bandeirantes é freqüentador assíduo dos
rankings de melhores escolas.
O segredo é uma fórmula educacional que exclui os fracassados, além de estimular a hiperconcorrência entre os alunos.
Repetiu em mais de três matérias? Não tem perdão. Que vá
estudar em outro lugar. Segundo Mauro de Salles Aguiar, diretor-presidente da escola, "a
meritocracia não foi inventada
pelo Bandeirantes. É isso o que
os alunos enfrentarão no vestibular e na vida".
Os alunos são classificados e
divididos em turmas de acordo
com a área em que pretendem
se profissionalizar (humanas,
exatas ou biológicas). Combina-se ainda o critério do desempenho acadêmico.
"Nerds" x "vagabundos"
Os melhores da 2ª série, turma de biológicas, por exemplo,
receberão o selo 2B1; os menos
bons serão os 2B2, depois vêm
os 2B3 e assim por diante.
É só perguntar para um aluno em que classe ele está e se
sabe se ele é da turma dos
"nerds" ou dos "vagabundos",
como acabam sendo apelidados. A classificação é refeita todos os anos, a partir da apuração das notas finais dos alunos.
A escola acredita que a homogeneização das turmas segundo suas competências acadêmicas ajuda no processo
educacional. Evita que o professor atrase o desenvolvimento dos mais avançados para dirimir dúvidas, às vezes básicas,
dos mais atrasados.
Por outro lado, a escola diz
que isso permite que o professor possa dar um atendimento
melhor aos que estão enfrentando dificuldades, pormenorizando as explicações.
A idéia de que o aprendizado
tem de ser prazeroso, segundo
a filosofia do Bandeirantes,
precisa ser relativizada. "Nem
sempre é assim, nós sabemos",
afirma Salles Aguiar. "Muitas
escolas entraram em uma política de exigir pouco dos seus
estudantes. Nós não. Não temos medo de exigir muito do
aluno, de apresentar tarefas e
listas de exercícios para serem
resolvidas em casa. Eles costumam responder bem", diz o diretor-presidente do colégio.
A filosofia reflete-se na carga
de trabalho. No primeiro ano
do ensino médio (o antigo 1º
colegial), os alunos têm 33 aulas por semana. Aumenta para
35 no 2º ano. Sobe a 42 no 3º.
Essa é a parte obrigatória.
Além disso, por ano, o colégio
organiza nove simulados, entre
outras atividades optativas.
Com 2.652 alunos (1.801 no
ensino médio), o Bandeirantes
ocupa um quarteirão no bairro
do Paraíso, bem perto da estação do metrô. Não exige uniforme. Apesar da liberdade, e de a
clientela ter poder aquisitivo
para pagar mensalidades de R$
1.507, é difícil encontrar alunos
ostentando roupas ou acessórios de grife. "O Bandeirantes
tem uma ética de valorização
do esforço e da competência",
explica um professor.
Deduragem
O colégio pode se dar ao luxo
de não cobrar a presença nas
aulas, a execução de lição de casa ou que o aluno traga o material didático porque desenvolveu uma ferramenta de deduragem do mau comportamento. É o Refo -Registro de Faltas
e Ocorrências.
Cometida a falta do aluno, o
professor registra o incidente
em uma página da internet e o
pai fica ciente do ocorrido. O
Bandeirantes também pode
controlar as páginas de internet que os alunos acessam durante suas aulas. De seu terminal, o professor consegue visualizar o que está sendo exibido na tela de cada estudante.
BANDEIRANTES
Ranking: 2º lugar
Nota média: 70,84
Categoria: Particular
Endereço: Rua Estela, 268,
bairro Paraíso, São Paulo (SP)
Tel.: 0/xx/11/5087-3500
Total de alunos: 1.801
Mensalidade: R$ 1.507
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