São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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PANORAMA

Governos buscam mais profissionais graduados

Demanda por especialistas aumenta em áreas como educação e informática

EDUARDO CAMPOS LIMA
JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O setor público já mostra, há alguns anos, tendência de expansão de cargos voltados a profissionais de nível superior.
É uma agenda de modernização, em que as atividades tendem a ser mais inteligentes e menos operacionais, o que demanda especialistas, como define Marcelo Viana de Moraes, 43, secretário de gestão do Ministério do Planejamento.
"Concomitantemente, houve melhoria da remuneração, deixando os cargos mais atrativos", acrescenta Nelson Marconi, 43, professor de economia do setor público da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) e da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
O governo federal tem aberto vagas para professores universitários e procura desde especialistas em tecnologia da informação até engenheiros. Na esfera estadual, buscam-se agentes fiscais e especialistas em gestão.
Para alguns, isso pode levar a um excesso de servidores. "Sobra gente. O setor público trabalha com uma margem", avalia o consultor Raul Velloso.
Mas também há defensores da ideia de que não há exagero no número de funcionários. "O peso do emprego público na população ocupada é menor no Brasil do que na maioria dos outros países, alguns dos quais de tradição liberal, como é o caso dos EUA", diz Eneuton Pessoa Filho, 45, pesquisador visitante no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Ele cita que a porcentagem de servidores em relação à população ocupada no Brasil era de 10,7% em 2005, patamar inferior ao de países como Austrália (14%), Canadá (16%) e Espanha (14%), segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.

As maiores demandas
Também é menor do que o de outros países da América Latina. Em 2006, era de 12,5%, contra 16,2% da Argentina, 16,6% da Venezuela e 17,8% do Panamá, conforme dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
"Chegamos ao final de 2008 com um contingente de servidores civis ativos no Executivo federal equivalente ao que havia em 1997", afirma Moraes.
Apesar das discordâncias, especialistas reconhecem a demanda por mais servidores em determinadas áreas.
Pessoa Filho avalia que faltam serviços nas áreas de saúde e educação. "Atividades descentralizadas e de atendimento ao público continuam necessitando de mais pessoas por causa da abrangência geográfica e do aumento das atividades", acrescenta Marconi.
Assim, abrem-se boas perspectivas de trabalho a profissionais de diferentes formações. Nesta edição, mostramos a quantas anda a demanda por advogados, professores, gestores, fiscais, engenheiros e profissionais da área da saúde e como é a progressão dessas carreiras em órgãos públicos.


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