São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Winnipeg - 1967

Mark Spitz, com apenas 17 anos, surge nos Jogos e conquista cinco ouros na natação para os EUA, que viram sua soberania no basquete despencar pelas mãos das brasileiras Norminha e Marlene

DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca houve tantas cidades na disputa para abrigar uma edição dos Jogos.
Derrotada por São Paulo em 1963, Winnipeg, enfim, triunfou ao bater quatro concorrentes: Caracas, Santiago, Miami e Kansas City.
A vontade de receber o evento, porém, não fez os organizadores evitarem vexames. O placar da natação de US$ 15 mil (cerca de R$ 33 mil atuais)-valor absurdo para a época- se desprendeu do suporte e desabou pouco depois de ser, com pompas, inaugurado.
Já Brian Crawford, atleta que acenderia a chama pan-americana na inauguração das piscinas, com custo estimado em US$ 2,7 milhões (cerca de R$ 6 milhões atuais), não fez o fogo arder. A solução foi posar para os fotógrafos, constrangido, com a tocha apagada.
A delegação brasileira passou de novo por apuros para conseguir embarcar. A verba federal não foi liberada a tempo. A solução foi diminuir o tamanho da equipe, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, major Sylvio de Magalhães Padilha, teve que fazer um empréstimo em seu nome.
Apesar dos contratempos, a participação nacional foi boa. Os brasileiros ficaram em terceiro no quadro de medalhas, atrás de EUA e Canadá.
No basquete feminino, a seleção surpreendeu ao impedir o tetracampeonato das norte-americanas. Comandado por Norminha e Marlene, o time venceu a final por 60 a 42.
Dois grandes nomes do esporte dos EUA começaram a despontar no Pan de Winnipeg.
No tênis, Arthur Ashe subiu ao pódio em todos os torneios. Foi bronze em duplas e em simples e ouro em duplas mistas, com Jane Albert. Como profissional, ganhou três taças de Grand Slam. Em 1992, anunciou ter contraído o vírus da Aids em transfusão de sangue. Morreu no ano seguinte.
O outro astro teve trajetória mais feliz. Mark Spitz, considerado por muitos o melhor nadador da história, despontou aos 17 anos e arrebatou cinco ouros. Nos Jogos de Munique-72, Spitz amealhou sete títulos olímpicos, marca ainda não superada na natação.
Os norte-americanos enviaram uma equipe de primeiro nível ao Pan e premiaram os canadenses com a queda de 13 recordes mundiais.
Nas águas, surgiram meninas-prodígio. A canadense Elaine Tanner, 16, levou dois ouros e três pratas no nado costas. Quebrou também dois recordes mundiais.
Mais precoce, Debbie Meyer (EUA), 14, venceu os 400 m e os 800 m livre, ambos com novas marcas mundiais. Em 1968, tornou-se a primeira nadadora a conquistar três ouros olímpicos em provas individuais da natação (200 m, 400 m e 800 m livre). Em todas, o triunfo veio acompanhado de novo recorde mundial.


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