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Winnipeg - 1967
Mark Spitz, com apenas 17 anos, surge nos Jogos e conquista cinco ouros na natação para os EUA, que viram sua soberania no basquete despencar pelas mãos das brasileiras Norminha e Marlene
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca houve tantas
cidades na disputa
para abrigar uma
edição dos Jogos.
Derrotada por
São Paulo em 1963, Winnipeg,
enfim, triunfou ao bater quatro
concorrentes: Caracas, Santiago, Miami e Kansas City.
A vontade de receber o evento, porém, não fez os organizadores evitarem vexames. O placar da natação de US$ 15 mil
(cerca de R$ 33 mil atuais)-valor absurdo para a época- se
desprendeu do suporte e desabou pouco depois de ser, com
pompas, inaugurado.
Já Brian Crawford, atleta
que acenderia a chama pan-americana na inauguração das
piscinas, com custo estimado
em US$ 2,7 milhões (cerca de
R$ 6 milhões atuais), não fez o
fogo arder. A solução foi posar
para os fotógrafos, constrangido, com a tocha apagada.
A delegação brasileira passou de novo por apuros para
conseguir embarcar. A verba
federal não foi liberada a tempo. A solução foi diminuir o tamanho da equipe, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, major Sylvio de Magalhães Padilha, teve que fazer
um empréstimo em seu nome.
Apesar dos contratempos, a
participação nacional foi boa.
Os brasileiros ficaram em terceiro no quadro de medalhas,
atrás de EUA e Canadá.
No basquete feminino, a seleção surpreendeu ao impedir
o tetracampeonato das norte-americanas. Comandado por
Norminha e Marlene, o time
venceu a final por 60 a 42.
Dois grandes nomes do esporte dos EUA começaram a
despontar no Pan de Winnipeg.
No tênis, Arthur Ashe subiu
ao pódio em todos os torneios.
Foi bronze em duplas e em
simples e ouro em duplas mistas, com Jane Albert. Como
profissional, ganhou três taças
de Grand Slam. Em 1992,
anunciou ter contraído o vírus
da Aids em transfusão de sangue. Morreu no ano seguinte.
O outro astro teve trajetória
mais feliz. Mark Spitz, considerado por muitos o melhor nadador da história, despontou
aos 17 anos e arrebatou cinco
ouros. Nos Jogos de Munique-72, Spitz amealhou sete títulos
olímpicos, marca ainda não superada na natação.
Os norte-americanos enviaram uma equipe de primeiro
nível ao Pan e premiaram os
canadenses com a queda de 13
recordes mundiais.
Nas águas, surgiram meninas-prodígio. A canadense
Elaine Tanner, 16, levou dois
ouros e três pratas no nado costas. Quebrou também dois recordes mundiais.
Mais precoce, Debbie Meyer
(EUA), 14, venceu os 400 m e
os 800 m livre, ambos com novas marcas mundiais. Em 1968,
tornou-se a primeira nadadora
a conquistar três ouros olímpicos em provas individuais da
natação (200 m, 400 m e 800 m
livre). Em todas, o triunfo veio
acompanhado de novo recorde
mundial.
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