São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Geração de resultados

Preparação brasileira para o Pan do Rio escancara abismo entre atletas que nunca haviam ido a um consultório médico e o uso de métodos de ponta para aprimorar performances

ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os brasileiros já começam a usar tecnologia de ponta para direcionar a preparação para o Pan. Mas, em muitas modalidades, ainda falta o essencial.
"Temos o dado que 60% dos atletas de seleções, em todas as categorias, nunca fizeram um eletrocardiograma, que é um exame básico", exemplifica Marco Túlio de Mello, coordenador do Cepe-Unifesp (Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício da Universidade Federal de São Paulo).
A situação ganha contornos mais alarmantes quando o foco se fecha em quem vai ao Rio. "Desses atletas, 40% nunca tinham ido ao médico", espanta-se Nabil Ghorayeb, especialista em cardiologia do esporte, cuja equipe do Hospital do Coração testou 300 pré-selecionados.
Segundo os dados coletados, 76% dos atletas têm coração normal. Outros 22% mostraram alterações que não prejudicavam a prática esportiva. Já 2% deixaram parcialmente os treinos para tratamento, como Hilton da Silva, 17, do salto triplo, com arritmia.
"Mas não tivemos que tirar definitivamente ninguém do esporte", ressalta Ghorayeb.
Pela primeira vez, o Comitê Olímpico Brasileiro bancou exames físicos em uma delegação inteira que disputará uma competição multiesportiva. "Até o Pan, iremos examinar todos", prevê o cardiologista.
Mas, se parte dos atletas debutou no consultório, há iniciativas que põem o país perto das maiores potências do mundo.
Graças à isenção de imposto para importação de equipamentos, esportes como o atletismo já usam aparelhos de ponta para melhorar a preparação. Tudo por resultados mais expressivos no Pan.


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