Atualização é importante, mas promoção só ocorre quando surgem novas necessidades no negócio da empresa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não existe relação de causa e efeito entre MBA e promoção ou aumento de salário. "Uma carreira tem boa dose de acaso. A atualização é necessária, mas não suficiente. O que define o profissional para um cargo são as necessidades do negócio", diz Francisco Ramirez, vice-presidente da consultoria Fesa. Para Ramirez, Bruno Ferreira (leia na pág. 4) escolheu bem a ênfase de seu curso. O fato de ele não ter cargo de gestão, diz Ramirez, não prejudicará seu aproveitamento. "Ele aprenderá com os colegas de classe." Já Marcos Cavalcanti, coordenador do MBA de Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz acreditar que ter MBA no currículo ainda é útil ao pleitear uma promoção. "E, mesmo que a pessoa não cresça na empresa, sua mente vai se abrir." Ramirez considera Paulo Meffe "antenado com o que está acontecendo" por ter escolhido o MBA Controller, pois a área de controladoria mudou muito nos últimos cinco anos no mundo todo, após a descoberta de várias fraudes em importantes empresas norte-americanas.

Bolsa de estudos
A globalização, inclusive dos dilemas das empresas, valorizou, no Brasil, os MBAs estrangeiros. Mas os melhores programas brasileiros são considerados pelos especialistas equivalentes aos de fora. "O mercado ainda valoriza mais o MBA feito no exterior. É um erro, pois já temos cursos de classe mundial em escolas como USP, FGV, Ibmec e Fundação Dom Cabral", diz César Souza, consultor de empresas. Seu conselho para quem procura um MBA atualmente é ficar no Brasil, a não ser no caso dos que consigam entrar em uma das dez melhores escolas dos EUA ou da Europa. Aos que pensam em cursar o MBA lá fora, há a opção de buscar bolsas, oferecidas a poucos, ou pleitear um desconto em grandes universidades. "Queremos promover a diversidade cultural. Essa convivência é muito importante para alunos de MBA", avalia David Simmons, diretor de desenvolvimento internacional da Universidade Cranfield. Algumas instituições, como a Fundação Estudar, o British Council e o Instituto Ling, oferecem bolsas (veja quadro). Antes de dar entrada na papelada, o aluno deve ser aceito pela universidade. As exigências são tão altas quanto o preço das mensalidades: currículos, cartas de recomendação, GMAT (teste que mede capacidade matemática, logística e comunicativa), Toefl ou Ielts (testes de conhecimentos de inglês) e entrevistas. Os aceitos devem provar à instituição financiadora que aproveitarão o curso. "Avaliam-se capacidade acadêmica, perfil de liderança e até recomendação profissional", conta Thaís Xavier, 24, diretora da Fundação Estudar. (RGV)