São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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EM BUSCA DE CONHECIMENTO

Advogado estuda para falar a mesma língua dos clientes

Objetivo é entender melhor os problemas dos executivos que representa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O advogado Eduardo Benetti, 32, acorda às 6h. Às 9h, entra em reunião. No escritório, atende a clientes, analisa contratos e almoça um sanduíche enquanto pesquisa no computador dados sobre um cliente (uma empresa de transportes).
O dia não terminou: Benetti ainda envia um contrato pela internet antes de conseguir sair, depois das 18h, rumo ao Ibmec, onde freqüenta um curso de MBA Executivo.
O ritmo acelerado começou há seis meses. O motivo que levou Benetti a enfrentar a maratona foi a necessidade de falar a mesma língua que seus clientes, que são empresários.
Desde que montou seu atual escritório, com outros dois sócios, ele assumiu a administração financeira do negócio. E percebeu que existia um problema de comunicação entre advogados e empresários.
"Há um tecnicismo excessivo. Para preservar a classe, o advogado usa uma linguagem rebuscada demais. Quando montamos o escritório, eu e meus sócios resolvemos que iríamos nos fazer entender."

Pilhas de livros
Ele pretende entender a fundo os problemas e o dia-a-dia dos clientes. "Quero mais conhecimento técnico para ter embasamento concreto na hora de tomar decisões para os meus clientes. Uma decisão errada custa muito dinheiro."
Assim, ele pretende evitar desgastantes e longas demandas judiciais e ajudar empresários a negociarem, dentro da lei, problemas como dívidas e impasses com fornecedores.
Além das horas passadas em classe (as aulas vão até as 22h30), o advogado, que atua na área societário-contratual, enfrenta uma carga grande de estudos extras. Uma pilha de livros e apostilas "decora" o chão de seu escritório. "É bem diferente das pós que fiz em direito", conta. Foram quatro -uma delas, nos EUA.
É o primeiro curso que ele faz com ênfase em outra área. "Talvez por isso esteja sofrendo tanto. Estudo todos os dias, inclusive aos sábados [tem aula de manhã] e domingos", conta.
No contato com os colegas do MBA, ele acabou tendo uma visão privilegiada: virou uma espécie de guardião das queixas dos executivos com relação a seus escritórios de advocacia. "É como um "feedback"." (RGV)


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