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PANORAMA
Empresas renegociam OFERTA de benefícios
Assistência médica e custeio de cursos estão na mira; bônus caem
CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ameaçado pela crise econômica, 2009 começou como
um ano de reformulação e de
corte de gastos nas empresas.
Mas chega ao final com um
mercado de trabalho reaquecido, que voltou a contratar.
Para aliar a austeridade
financeira à atração e à retenção de bons profissionais, as
companhias pouco mexeram
nos pacotes de benefícios que
oferecem a executivos (profissionais que têm cargos a partir
do nível de gerência).
Segundo consultores de recursos humanos ouvidos pela
Folha, o que elas fizeram foi
reavaliar o que ofertam e a possibilidade de aumentar a contribuição dos funcionários.
"Procuraram entender melhor a forma de administração
do plano", comenta René Ballo
Bueno, consultor da Mercer.
O foco desse redesenho ficou
na assistência médica -que
responde por grande parte do
valor do pacote- e no custeio
de cursos de pós e de idiomas.
A crise, somada ao surto de
gripe A (H1N1), elevou os custos dos planos de saúde corporativos e levou à renegociação.
Cortes substanciais foram
reservados à educação. "No primeiro semestre, cortaram a
concessão de bolsas para MBAs
e outros cursos neste ano", conta Carlos Siqueira, diretor da
consultoria Hay Group.
Alterar as regras dos benefícios, porém, é uma questão que
vai além da política da empresa.
Assistência médica e seguro
de vida são regulados em acordos coletivos e não podem ser
alterados sem negociação com
o sindicato, justifica o advogado Ricardo de Paula Alves.
A previdência privada é um
pouco mais complicada, pois
algumas alterações, além de negociadas com os funcionários,
dependem ainda de aprovação
de instância federal.
Bônus afetados
A maior redução percebida
pelos executivos foi em sua remuneração variável, que é o bônus anual pago de acordo com
os desempenhos da empresa e
do profissional.
Seu valor, que pode variar de
31% a 83% da remuneração
anual de vice-presidentes e de
14% a 30% da de gerentes -segundo dados da consultoria
Mercer-, deve sofrer queda em
relação aos pagamentos referentes a 2008.
Em geral, as metas continuaram as mesmas, mas, com o
mercado mais lento, muitos
executivos não devem alcançá-las. O setor mais atingido deve
ser o financeiro, que tem política de bônus agressiva.
Mas, após os bons resultados
da economia neste semestre, as
empresas já começam a pensar
em metas maiores para 2010.
"Neste ano ficamos focados
em manter o mesmo nível. Para
o próximo, buscamos crescimento de 10% a 15%", afirma
Rafael Giacobbe, 29, diretor de
unidades de negócios da multinacional de inovação Altran.
Esses frutos, porém, só devem
ser colhidos em 2011.
PACOTE
EQUIVALE
A ATÉ 25%
DO SALÁRIO
Para gerentes, 25%
da remuneração
anual são benefícios;
para presidentes,
15%, segundo a
consultoria Mercer
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