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REMUNERAÇÃO VARIÁVEL
Mercado mantém as METAS, e bônus de 2010 deve ser menor
Objetivos agressivos em período de crise reduzem os valores pagos aos executivos
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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Marcos Peigo, presidente e sócio majoritário da Solvo
DA REPORTAGEM LOCAL
O bônus, grande atrativo das
posições executivas, foi o fator
da remuneração que maior
choque sofreu com a crise iniciada em setembro de 2008.
A previsão de que neste ano
as empresas não atingiriam
suas metas foi a principal consequência do cenário negativo.
A maior parte delas (40%) teve resultados abaixo do objetivo -ou equivalentes a ele- traçado, e pagou bônus de 75% a
100% do valor combinado, segundo pesquisa feita pela consultoria Mercer em maio.
Apenas 5% das 311 companhias entrevistadas não pagaram bônus referentes aos resultados de 2008.
Alguns consultores acreditam que os piores efeitos ainda
estejam por vir. Como o corte
do salário é vedado pela legislação trabalhista -e a remuneração variável pode ser entendida
como salário-, as empresas
mantiveram a meta agressiva e,
provavelmente, pagarão bônus
menores em 2010, afirma Renato Bagnolesi, consultor da
Robert Wong.
"Acredito que o de 2009 fique de 10% a 20% abaixo da
meta, porque os primeiros seis
meses foram muito prejudicados", avalia Christian Mattos,
da consultoria Watson Wyatt.
"As empresas mudaram seus
indicadores, não a meta. Passaram a vincular os gastos ao bônus", aponta Christian Pereira,
consultor da Mercer.
Foi o caso do grupo Votorantim. "Para 2009, os objetivos levaram em conta situações como a retenção de custos, e focamos a parte financeira, para serem mantidos os mesmos patamares", confirma Martinho
Bartmeyer, gerente-geral de
remuneração.
O impacto da mudança é
mais importante conforme o
segmento da empresa e a representatividade da remuneração
variável no pagamento anual.
No setor financeiro, a fatia
que depende diretamente dos
resultados chega a 83%, segundo pesquisa da Mercer. Na indústria, esse percentual fica entre 14% e 41%, em média.
Revendo objetivos
Apesar das previsões negativas para o bônus do mercado
referente a 2009, a retomada
da economia deve dar margem
a uma revisão de objetivos.
"Batemos as mesmas metas
neste ano, agora as revisamos
para cima", explica Flávio Guimarães, 39, diretor de operações da empresa de soluções
tecnológicas Chemtech.
A manutenção do patamar
também foi o estipulado para a
alemã DQS do Brasil, empresa
de certificação. Sua diretora-executiva, Dezée Mineiro, 45,
conta que já fechou seu ano.
(CC)
VÍNCULO
DE PRAZO
Marcos Peigo, 29,
presidente da Solvo,
entrou na empresa em
2001 e recebia opções de
venda como parte do
bônus. "Comecei como um
minoritário pequenininho,
fui batendo metas e
conseguindo mais
opções." Hoje sócio
majoritário, ele acha que
quem tem mais tempo de
empresa se dispõe mais a
se arriscar por ela.
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