São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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REMUNERAÇÃO VARIÁVEL

Mercado mantém as METAS, e bônus de 2010 deve ser menor

Objetivos agressivos em período de crise reduzem os valores pagos aos executivos

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Marcos Peigo, presidente e sócio majoritário da Solvo

DA REPORTAGEM LOCAL

O bônus, grande atrativo das posições executivas, foi o fator da remuneração que maior choque sofreu com a crise iniciada em setembro de 2008.
A previsão de que neste ano as empresas não atingiriam suas metas foi a principal consequência do cenário negativo.
A maior parte delas (40%) teve resultados abaixo do objetivo -ou equivalentes a ele- traçado, e pagou bônus de 75% a 100% do valor combinado, segundo pesquisa feita pela consultoria Mercer em maio.
Apenas 5% das 311 companhias entrevistadas não pagaram bônus referentes aos resultados de 2008.
Alguns consultores acreditam que os piores efeitos ainda estejam por vir. Como o corte do salário é vedado pela legislação trabalhista -e a remuneração variável pode ser entendida como salário-, as empresas mantiveram a meta agressiva e, provavelmente, pagarão bônus menores em 2010, afirma Renato Bagnolesi, consultor da Robert Wong.
"Acredito que o de 2009 fique de 10% a 20% abaixo da meta, porque os primeiros seis meses foram muito prejudicados", avalia Christian Mattos, da consultoria Watson Wyatt.
"As empresas mudaram seus indicadores, não a meta. Passaram a vincular os gastos ao bônus", aponta Christian Pereira, consultor da Mercer.
Foi o caso do grupo Votorantim. "Para 2009, os objetivos levaram em conta situações como a retenção de custos, e focamos a parte financeira, para serem mantidos os mesmos patamares", confirma Martinho Bartmeyer, gerente-geral de remuneração.
O impacto da mudança é mais importante conforme o segmento da empresa e a representatividade da remuneração variável no pagamento anual.
No setor financeiro, a fatia que depende diretamente dos resultados chega a 83%, segundo pesquisa da Mercer. Na indústria, esse percentual fica entre 14% e 41%, em média.

Revendo objetivos
Apesar das previsões negativas para o bônus do mercado referente a 2009, a retomada da economia deve dar margem a uma revisão de objetivos.
"Batemos as mesmas metas neste ano, agora as revisamos para cima", explica Flávio Guimarães, 39, diretor de operações da empresa de soluções tecnológicas Chemtech.
A manutenção do patamar também foi o estipulado para a alemã DQS do Brasil, empresa de certificação. Sua diretora-executiva, Dezée Mineiro, 45, conta que já fechou seu ano. (CC)

VÍNCULO DE PRAZO
Marcos Peigo, 29, presidente da Solvo, entrou na empresa em 2001 e recebia opções de venda como parte do bônus. "Comecei como um minoritário pequenininho, fui batendo metas e conseguindo mais opções." Hoje sócio majoritário, ele acha que quem tem mais tempo de empresa se dispõe mais a se arriscar por ela.


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