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CENSO 2000
Menos católico, brasileiro opta mais por casamento não-oficial
DA SUCURSAL DO RIO
Dados do Censo 2000 mostram
que o brasileiro está diversificando sua opção religiosa e mudando
a estrutura de sua família. Os resultados revelam que 73,8% dos
brasileiros ainda professam o catolicismo, mas a proporção de católicos na população caiu 11,9%
desde 1991, data do censo anterior, enquanto a de evangélicos
aumentou 70,7%. Também cresceu, de 4,8% para 7,3%, o percentual de brasileiros sem religião.
A proporção de casamentos
não-oficiais aumentou 54,6% entre os censos de 1991 e 2000. Ainda
predomina, entretanto, o casamento no civil e no religioso, que
representa 50,1% das uniões. O
número médio de filhos por mulher passou de 2,9 para 2,35, taxa
próxima à de países como Estados Unidos (2,0) e Chile (2,4).
Os resultados preliminares do
questionário completo, ainda sujeitos a revisão, dão razão para o
otimismo e o pessimismo.
A desigualdade ainda é uma
marca do país: mais de 50% dos
trabalhadores ganham até dois
salários mínimos e 30,7% dos brasileiros com rendimento (incluindo aposentados e pensionistas)
ganham até um salário.
Entre as boas notícias, a taxa de
mortalidade infantil ficou abaixo
das estimativas do próprio IBGE:
29,6 crianças mortas com menos
de um ano para cada mil nascidas
vivas, uma redução de 38,3% em
relação a 1990. Com isso, o país
cumpriu a meta estabelecida pela
ONU para a década.
A desigualdade, porém, persiste. No Nordeste, o índice de mortalidade infantil é 44,2 por mil.
A taxa de escolaridade aumentou: na faixa de sete a 14 anos,
94,9% das crianças estão na escola, contra 79,5% em 1991. Entretanto, cerca de um terço da população com mais de dez anos pode
ser considerada analfabeta ou
analfabeta funcional, já que não
completou quatro anos de estudo.
Cresceu o acesso a serviços como luz elétrica e telefone e a bens
como automóvel, máquina de lavar e computador.
O presidente Fernando Henrique Cardoso usou ontem os dados do IBGE para valorizar o trabalho de seu ex-ministro e pré-candidato ao Planalto, José Serra
(PSDB). Também destacou que
os resultados positivos foram
promovidos na sua gestão.
"Espero estar vivo nos próximos dez anos para ver os novos
avanços. É necessário manter o
ritmo de crescimento, a taxa [de
crescimento" não foi aquilo que
gostaríamos, mas foi feito um
ajuste fiscal sem que a camada
mais pobre pagasse o preço."
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