São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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CENSO 2000

Menos católico, brasileiro opta mais por casamento não-oficial

DA SUCURSAL DO RIO

Dados do Censo 2000 mostram que o brasileiro está diversificando sua opção religiosa e mudando a estrutura de sua família. Os resultados revelam que 73,8% dos brasileiros ainda professam o catolicismo, mas a proporção de católicos na população caiu 11,9% desde 1991, data do censo anterior, enquanto a de evangélicos aumentou 70,7%. Também cresceu, de 4,8% para 7,3%, o percentual de brasileiros sem religião.
A proporção de casamentos não-oficiais aumentou 54,6% entre os censos de 1991 e 2000. Ainda predomina, entretanto, o casamento no civil e no religioso, que representa 50,1% das uniões. O número médio de filhos por mulher passou de 2,9 para 2,35, taxa próxima à de países como Estados Unidos (2,0) e Chile (2,4).
Os resultados preliminares do questionário completo, ainda sujeitos a revisão, dão razão para o otimismo e o pessimismo.
A desigualdade ainda é uma marca do país: mais de 50% dos trabalhadores ganham até dois salários mínimos e 30,7% dos brasileiros com rendimento (incluindo aposentados e pensionistas) ganham até um salário.
Entre as boas notícias, a taxa de mortalidade infantil ficou abaixo das estimativas do próprio IBGE: 29,6 crianças mortas com menos de um ano para cada mil nascidas vivas, uma redução de 38,3% em relação a 1990. Com isso, o país cumpriu a meta estabelecida pela ONU para a década.
A desigualdade, porém, persiste. No Nordeste, o índice de mortalidade infantil é 44,2 por mil.
A taxa de escolaridade aumentou: na faixa de sete a 14 anos, 94,9% das crianças estão na escola, contra 79,5% em 1991. Entretanto, cerca de um terço da população com mais de dez anos pode ser considerada analfabeta ou analfabeta funcional, já que não completou quatro anos de estudo.
Cresceu o acesso a serviços como luz elétrica e telefone e a bens como automóvel, máquina de lavar e computador.
O presidente Fernando Henrique Cardoso usou ontem os dados do IBGE para valorizar o trabalho de seu ex-ministro e pré-candidato ao Planalto, José Serra (PSDB). Também destacou que os resultados positivos foram promovidos na sua gestão.
"Espero estar vivo nos próximos dez anos para ver os novos avanços. É necessário manter o ritmo de crescimento, a taxa [de crescimento" não foi aquilo que gostaríamos, mas foi feito um ajuste fiscal sem que a camada mais pobre pagasse o preço."



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