São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POPULAÇÃO EM MOVIMENTO

Migrante ainda busca SP

DA SUCURSAL DO RIO

A migração interna no Brasil não mudou de rota: continua tendo como principal ponto de partida o Nordeste e como ponto de chegada principal o Sudeste, de acordo com os dados do censo do IBGE. A pesquisa, no entanto, captou um aumento no números de pessoas que migram para o Nordeste vindos do Sudeste.
De acordo com Fernando Albuquerque, gerente do projeto de componente da dinâmica demográfica do IBGE, esse novo movimento pode estar sendo realizado principalmente por pessoas que nasceram no Nordeste, foram tentar a sorte no Sudeste e decidiram voltar para o Estado de nascimento, desiludidos ou bem-sucedidos com a experiência.
No Censo de 1991, 477.915 brasileiros que vieram de outras regiões nos cinco anos anteriores à pesquisa residiam no Nordeste. Em 2000, esse número subiu para 623.960, um aumento de 30,5%.
Apesar do aumento no número de imigrantes no Nordeste, a região ainda é a que mais "expulsa" população, já que saíram de lá, nos cinco anos anteriores à pesquisa do Censo 2000, 1,457 milhão de brasileiros, o que deixa o Nordeste com um saldo emigratório de 833 mil pessoas em 2000.
O Sudeste recebeu 1,546 milhão de pessoas nos cinco anos anteriores ao Censo 2000 e "expulsou" 950 mil, o que dá um saldo imigratório de 596 mil pessoas.
O local de residência anterior mais comum dos que chegaram ao Nordeste, de acordo com o Censo 2000, foi o Sudeste, com 73,6% do total, seguido do Norte, com 12,9%, do Centro-Oeste, com 9,5% e do Sul, com 4%.
Entre os que chegaram ao Sudeste, a região de origem mais comum era o Nordeste, com 66,8%, seguida do Sul, com 14,5%, do Centro-Oeste, com 13,5% e do Norte, com 5,2%.
O censo detectou também aumento na migração de nordestinos para o Centro-Oeste, principalmente para Brasília e Goiás, e diminuição do fluxo para o Norte.
No saldo migratório (diferença entre pessoas que entram e que saem do Estado nos cinco anos anteriores ao censo), São Paulo continua sendo o Estado que mais recebe imigrantes e a Bahia, o Estado que mais expulsa.
O censo detectou ainda um aumento no número de estrangeiros que hoje vivem no Brasil, de 606 mil em 1991 para 733 mil em 2000, o que significa uma variação de 20,1%. Eles, no entanto, continuam representando apenas 0,4% do total da população.


Texto Anterior: Separadas aumentam exigências de parceiros
Próximo Texto: Designer volta a PE atrás de praia
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.