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Pesquisa aponta redução da mortalidade infantil
DA SUCURSAL DO RIO
Os dados da tabulação avançada do IBGE mostram que, pela
primeira vez na história do país, a
taxa de mortalidade infantil ficou
abaixo de 30 crianças mortas com
menos de um ano de idade por
mil nascidas vivas. Em 2000, segundo o censo, a taxa foi de 29,6.
O resultado supera as estimativas feitas com base nas Pnads
(Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio), que indicavam
uma taxa de 33 a 34 no final da década de 90. Com a revisão feita pelo IBGE, o país conseguiu cumprir a meta estabelecida pela ONU
na Sessão Especial sobre a Criança, em 1990, de reduzir em um terço a taxa de mortalidade infantil.
Se for considerado de 1990 a
2000, a redução ficou em 38,3%,
caindo de 48 para 29,6 crianças
mortas com menos de um ano de
idade para cada mil nascidas vivas. Mas, levando-se em consideração o início da década apenas
em 1991, quando a taxa era de
45,3, a redução foi de 34,6%.
O pesquisador Celso Simões explica que a revisão foi feita porque
o censo é uma pesquisa mais ampla do que as Pnads, que trabalham com uma pequena amostragem dos domicílios.
Os dados do censo ainda são
preliminares, mas, segundo Simões, não devem apresentar variação significativa quando forem
computados definitivamente.
Segundo Suzana Cavenaghi,
pesquisadora da Abep (Associação Brasileira de Estudos Populacionais) e da Unicamp, a revisão
nas estatísticas após os censos é
uma prática normal.
Para Nelson Neumann, da Pastoral da Criança, ONG que tem
atuação forte na redução da mortalidade infantil, a revisão da taxa
para baixo já era esperada.
"Já desconfiávamos que as projeções em torno de 33 e 34 por mil
nascidos vivos estavam superestimadas", diz Neumann.
Ele, no entanto, destaca que ainda há muitas desigualdades regionais. No Nordeste, a taxa é de 44,2
por mil; contra 29,2 da região
Norte; 21,2 da região Centro-Oeste; 20,6 do Sudeste e 19,7 do Sul.
"A taxa ainda é preocupante,
porque existe uma mortalidade
por causas plenamente evitáveis,
como a diarréia", diz.
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