São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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DEFICIÊNCIA

Problema atinge 14,5% da população

DA SUCURSAL DO RIO

Os resultados do censo mostraram um número maior de portadores de deficiência do que o esperado: 24,5 milhões de pessoas, 14,5% da população brasileira.
As estimativas usadas por quem lida com o assunto, como a Corde (Coordenação Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), órgão do Ministério da Justiça, apontavam taxa de 10% da população brasileira.
São maioria os casos de problema de visão: 48,1%. A seguir vêm os casos de deficiência motora (22,9%), auditiva (16,7%), mental (8,3%) ou física (4,1%).
Só foi considerada deficiência pelo IBGE a dificuldade que persiste mesmo com o uso de correção -óculos, aparelhos para surdez e próteses, por exemplo. Com isso, míopes que usam óculos e enxergam normalmente não são portadores de deficiência.
O Censo 2000 foi o primeiro a fazer uma investigação detalhada sobre a questão. Foram feitas cinco perguntas, de tal modo que as deficiências fossem detectadas. Em 1991, a forma de pesquisar a ocorrência de deficiência era menos minuciosa.
Foram encontrados, então, apenas 1,2% de brasileiros portadores de deficiência. Se fosse mantido o mesmo critério de 1991, o Brasil teria em 2000 2,4% de sua população portadora de deficiência.
A pergunta sobre deficiência é a única que, por lei, tem de constar no questionário do censo. O assunto foi incluído no questionário do Censo 1991 por força da lei 7.853, de 1989, depois da pressão das entidades que representam portadores de deficiência.
Adilson Ventura, presidente da União Brasileira de Cegos e do Conade (Conselho Nacional de Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência), questiona os resultados: "Consideramos deficiente uma pessoa que enxerga menos de 30% com seu melhor olho. Essas pessoas que disseram ter alguma deficiência visual podem ter dificuldade, mas não deficiência real. Pelos dados que estão aí, o Brasil seria um país de cegos", afirma Ventura.
A pesquisadora do IBGE Alicia Bercovich afirma que o conceito utilizado no censo, de limitação de atividades, seguiu recomendações recentes da Organização Mundial da Saúde e da ONU (Organização das Nações Unidas).


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