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DEFICIÊNCIA
Problema atinge 14,5% da população
DA SUCURSAL DO RIO
Os resultados do censo mostraram um número maior de portadores de deficiência do que o esperado: 24,5 milhões de pessoas,
14,5% da população brasileira.
As estimativas usadas por quem
lida com o assunto, como a Corde
(Coordenação Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência), órgão do Ministério
da Justiça, apontavam taxa de
10% da população brasileira.
São maioria os casos de problema de visão: 48,1%. A seguir vêm
os casos de deficiência motora
(22,9%), auditiva (16,7%), mental
(8,3%) ou física (4,1%).
Só foi considerada deficiência
pelo IBGE a dificuldade que persiste mesmo com o uso de correção -óculos, aparelhos para surdez e próteses, por exemplo. Com
isso, míopes que usam óculos e
enxergam normalmente não são
portadores de deficiência.
O Censo 2000 foi o primeiro a
fazer uma investigação detalhada
sobre a questão. Foram feitas cinco perguntas, de tal modo que as
deficiências fossem detectadas.
Em 1991, a forma de pesquisar a
ocorrência de deficiência era menos minuciosa.
Foram encontrados, então, apenas 1,2% de brasileiros portadores
de deficiência. Se fosse mantido o
mesmo critério de 1991, o Brasil
teria em 2000 2,4% de sua população portadora de deficiência.
A pergunta sobre deficiência é a
única que, por lei, tem de constar
no questionário do censo. O assunto foi incluído no questionário
do Censo 1991 por força da lei
7.853, de 1989, depois da pressão
das entidades que representam
portadores de deficiência.
Adilson Ventura, presidente da
União Brasileira de Cegos e do
Conade (Conselho Nacional de
Direitos das Pessoas Portadoras
de Deficiência), questiona os resultados: "Consideramos deficiente uma pessoa que enxerga
menos de 30% com seu melhor
olho. Essas pessoas que disseram
ter alguma deficiência visual podem ter dificuldade, mas não deficiência real. Pelos dados que estão
aí, o Brasil seria um país de cegos", afirma Ventura.
A pesquisadora do IBGE Alicia
Bercovich afirma que o conceito
utilizado no censo, de limitação
de atividades, seguiu recomendações recentes da Organização
Mundial da Saúde e da ONU (Organização das Nações Unidas).
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