São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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Iniciativas contra sete gatilhos da violência urbana

DA EQUIPE DE TRAINEES

É imprescindível discutir a violência quando ocorre um homicídio por hora só na Grande São Paulo. A cifra prova que o poder público fracassou numa de suas principais obrigações determinadas pela Constituição: garantir a segurança dos cidadãos.
Este caderno apresenta iniciativas que tentam minimizar algumas causas da violência. Elas atuam sobre sete fatores que influem na criminalidade: desemprego, narcotráfico, urbanização, cidadania, qualidade de vida, identidade e família.
Isoladas, essas iniciativas não serão capazes de resolver o problema. No entanto, são ações que podem servir de exemplos para projetos futuros. Algumas delas partiram de ONGs, outras são iniciativas de governos locais.
Atuando de maneira preventiva, pode-se reduzir a violência de forma mais consistente, desde que o poder público faça a sua parte. O secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, ressalta que o trabalho de uma comunidade organizada é importante, mas suas conquistas serão restritas. "No quadro atual, de situação epidêmica de violência, quem tem de agir são os governadores e os prefeitos."
Para Pinheiro, é preciso ter cuidado para não inverter papéis. "Hoje, quem tem de proteger a população do terror do crime é o Estado, não a sociedade civil. A sociedade é vítima, e não podemos culpar as vítimas por uma responsabilidade que não lhes cabe. O que a sociedade civil pode fazer contra o tráfico? Nada."
Só neste ano, mais de 3 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, faixa em que se encontra o maior número de vítimas e de criminosos em potencial, tentarão achar emprego e não conseguirão. No Rio, a taxa de desemprego atinge 24% dos jovens nas favelas. É um exército em formação para alimentar as fileiras do crime organizado. Para esvaziá-lo, é preciso começar a agir de forma eficaz já, sem perder a visão de que o problema só será resolvido no longo prazo.
"Enfrentar o problema da violência com competência depende de medidas de curto, médio e longo prazo. Então, temos de pensar no longo prazo, para três gerações. No mínimo", diz Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.



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