|
Próximo Texto | Índice
Iniciativas contra sete gatilhos da violência urbana
DA EQUIPE DE TRAINEES
É imprescindível discutir a violência
quando ocorre um homicídio por hora só na Grande São Paulo. A cifra
prova que o poder público fracassou
numa de suas principais obrigações
determinadas pela Constituição: garantir a segurança dos cidadãos.
Este caderno apresenta iniciativas
que tentam minimizar algumas causas da violência. Elas atuam sobre sete
fatores que influem na criminalidade:
desemprego, narcotráfico, urbanização, cidadania, qualidade de vida,
identidade e família.
Isoladas, essas iniciativas não serão
capazes de resolver o problema. No
entanto, são ações que podem servir
de exemplos para projetos futuros.
Algumas delas partiram de ONGs, outras são iniciativas de governos locais.
Atuando de maneira preventiva, pode-se reduzir a violência de forma
mais consistente, desde que o poder
público faça a sua parte. O secretário
nacional de Direitos Humanos, Paulo
Sérgio Pinheiro, ressalta que o trabalho de uma comunidade organizada é
importante, mas suas conquistas serão restritas. "No quadro atual, de situação epidêmica de violência, quem
tem de agir são os governadores e os
prefeitos."
Para Pinheiro, é preciso ter cuidado
para não inverter papéis. "Hoje, quem
tem de proteger a população do terror
do crime é o Estado, não a sociedade
civil. A sociedade é vítima, e não podemos culpar as vítimas por uma responsabilidade que não lhes cabe. O
que a sociedade civil pode fazer contra
o tráfico? Nada."
Só neste ano, mais de 3 milhões de
jovens entre 15 e 24 anos, faixa em que
se encontra o maior número de vítimas e de criminosos em potencial,
tentarão achar emprego e não conseguirão. No Rio, a taxa de desemprego
atinge 24% dos jovens nas favelas. É
um exército em formação para alimentar as fileiras do crime organizado. Para esvaziá-lo, é preciso começar
a agir de forma eficaz já, sem perder a
visão de que o problema só será resolvido no longo prazo.
"Enfrentar o problema da violência
com competência depende de medidas de curto, médio e longo prazo. Então, temos de pensar no longo prazo,
para três gerações. No mínimo", diz
Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
Próximo Texto: Desemprego: Iniciativa tenta reduzir crime ensinando ofício Índice
|