São Paulo, quinta, 10 de julho de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inflação continuará domada


Quase a totalidade dos entrevistados pelo Datafolha, 92%, acredita que a taxa será menor que 10% neste ano, mas o crescimento da economia brasileira deve ficar na mesma proporção do registrado no ano passado


da Redação

A domesticação da inflação deve continuar sendo, neste ano, o maior trunfo que o Plano Real oferece ao governo e o melhor combustível para as ambições reeleitorais de Fernando Henrique Cardoso.
A maioria absoluta dos empresários, em todos os segmentos ouvidos pela pesquisa feita pelo Datafolha para o Folha 500, acredita que 1997 fechará com uma inflação de um dígito. Dos entrevistados, 92% prevêem um índice de até 10%. A quase unanimidade é ainda maior entre os diretores de bancos: 96% deles apostam numa taxa abaixo de dois dígitos.
A expectativa difere bastante da registrada em 1996, quando apenas 8% dos entrevistados achavam que a inflação no ano ficaria em menos de 10%.
Dessa vez os otimistas, em minoria, quase acertaram -o índice, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), fechou o ano em 10,03%. A maioria (47%) achava que a taxa, no ano passado, ficaria entre 12% e 15%.
Se a carruagem mantiver o atual ritmo, é provável que neste ano a maioria acerte. Nos 12 meses até maio de 1997, a taxa medida pela Fipe ficou em 7,07%.
Crescimento
À expectativa de inflação baixa, no entanto, corresponde uma perspectiva de crescimento também diminuto.
Quase metade dos empresários ouvidos pelo Datafolha (49%) acredita que a economia brasileira vai crescer neste ano entre 3% e 4%. Para 27%, o crescimento ficará entre 2% e 3%. Só 4% são otimistas o suficiente para apostar num crescimento acima de 5%.
Apesar da marcha lenta, há mais esperança neste ano do que em 1996. No ano passado, 37% dos empresários achavam que a taxa de crescimento do país ficaria entre 2% e 3%. Na mosca.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1996 o Produto Interno Bruto, que mede o total de bens e riquezas produzidos no país, cresceu 2,91% sobre o PIB de 1995.
Estabilidade e juros
Quanto à perspectiva de estabilidade econômica para os próximos meses, a pesquisa não apresenta surpresas: 62% dos entrevistados crêem na sua manutenção, segundo averiguou o Datafolha. Entre os bancos, o otimismo é maior: 53% prevêem uma inflação estável e 27% acham que ela tende a cair até o final do ano.
Os empresários apostam também que o poder aquisitivo se manterá estável no período -56%, de acordo com a pesquisa.
No que se refere às taxas de juros, a maioria (42%) acredita que elas tendem a se manter estáveis neste ano. A mudança em relação a 1996 é considerável. No ano passado, 70% dos entrevistados achavam que os juros tendiam a diminuir. (RO)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.