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Alemães gastam menos
Torneio brasileiro caminha para superar despesas do Mundial-06 em cerca de R$ 11 bilhões
DE SÃO PAULO
A Copa do Mundo de 2014
já caminha para superar em
gastos o Mundial da Alemanha em 2006. Em relatório divulgado pelo Ministério do
Esporte, a previsão é de que o
evento brasileiro consuma
R$ 33 bilhões em obras de infraestrutura e estádios.
De acordo com dados publicados pelo governo alemão no final de 2006, a Copa
da Alemanha custou cerca de
9 bilhões. Considerando a
inflação do período e o câmbio atual, o custo equivale a
cerca de R$ 22,3 bilhões.
Já o Mundial sul-africano
teve custos bem mais modestos que o evento que o antecedeu e o que o sucederá. Os
gastos foram de aproximadamente R$ 8,4 bilhões.
Segundo o Ministério do
Esporte, o evento nacional
tem valor previsto maior que
o sul-africano "por ter programa mais amplo e de transformações mais profundas".
"A África do Sul não investiu em transporte urbano sobre trilhos. Tal modal exige
um investimento maior, porém oferece maior capacidade e conforto no transporte
de passageiros. O Brasil, devido à Copa, irá acelerar R$
4,8 bilhões apenas nesse tipo
de modal", disse a pasta, via
sua assessoria de imprensa.
De acordo com o Ministério do Esporte, o alto custo
previsto para evento brasileiro se deve ao fato de que foram computados gastos em
setores que já receberiam recursos independentemente
da realização da Mundial em
2014, só que em um período
de tempo mais longo. A fatura alemã também levou em
conta esse tipo de despesa.
"Consideramos como investimentos ligados à Copa
não apenas os que são decorrentes exclusivamente do
evento, mas também aqueles
que serão acelerados pela
sua realização", informou o o
Ministério do Esporte.
A pasta cita como exemplo
gastos com aeroportos e mobilidade urbana. Pelas previsões do governo, cerca de R$
16,3 bilhões serão destinados
a esses setores até 2014.
"Não faz sentido construir
um aeroporto ou um metrô
apenas por causa da Copa",
afirma o ministério. "A Alemanha, por exemplo, priorizou, além dos estádios, a aceleração de investimentos na
malha rodoviária da antiga
Alemanha Oriental."
VERBA PÚBLICA
A pequena participação da
iniciativa privada nos investimentos voltados para o
Mundial é uma característica
da preparação brasileira.
Ainda de acordo com o relatório do ministério, estima-
-se que só 22% dos investimentos serão provenientes
de grupos privados, sendo
que quase metade desses
gastos será financiada pelo
setor público, via BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em suma, 88% da verba empregada no Mundial
sairá dos cofres públicos.
Segundo o ministério, as
linhas de crédito direcionadas para estádios, mobilidade urbana e hotelaria são
"uma ferramenta para indução de políticas públicas".
As linhas voltadas para a
requalificação hoteleira e para a construção e reforma de
estádios exigem planos de
sustentabilidade ambiental.
Já na seleção de projetos
de mobilidade urbana para a
Copa, segundo o ministério,
foram escolhidos os que privilegiaram o transporte público, e não apenas sistemas
viários para o transporte individual.
(MARIANA BASTOS)
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