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Comitê da África do Sul trabalha em cima da hora
Organização não seguiu prazos da Fifa
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
Quando iniciou os trabalhos da Copa-2010, o COL
(Comitê Organizador Local)
da África do Sul tinha estrutura bem maior que o comitê
brasileiro no mesmo estágio.
Escolhidos pela Fifa em
2003, os sul-africanos tinham 120 pessoas trabalhando no projeto naquela época.
Confirmado em 2007 para
realizar o Mundial, o comitê
brasileiro incluía seis pessoas. A esses juntavam-se
profissionais terceirizados,
escritórios de advocacia e de
marketing. Hoje, o número
caiu para cinco pessoas.
A diferença ocorre por causa da necessidade de a África
do Sul ter feito campanha para ter a Copa do Mundo. Já o
Brasil fez acordos políticos e
não teve concorrentes.
Da equipe montada inicialmente, o COL africano
cresceu para 750 pessoas durante a Copa. A organização
divide-se em oito departamentos: comunicação, transporte e logística, segurança,
marketing, finanças, tecnologia, gerenciamento de
projetos e competições.
"Competições e projetos
são os mais importantes porque monitoraram as reformas nos estádios", explica o
diretor de comunicação do
COL africano, Rich Mkhondo. A maior parte do trabalho
se deu próximo ao Mundial.
Do orçamento total, US$ 423
milhões, só 32% tinham sido
utilizados antes da Copa.
PRAZOS
As obras dos estádios começaram só depois da Copa--06. Antes, a Fifa se concentrava na Alemanha -o que
deve se repetir com o Brasil.
A África do Sul abandonou
os prazos da Fifa para ter os
estádios prontos. A entidade
os queria finalizados um ano
e meio antes do evento.
Para os organizadores, era
suficiente ter cinco arenas
completas um ano antes, para a Copa das Confederações.
O Soccer City, palco da decisão, só ficou pronto um mês
antes de o Mundial começar.
Nas relações de poder, o
COL agia como mediador entre a Fifa e o governo, que
realizava os investimentos.
No caso sul-africano, havia diversos políticos membros do Congresso Nacional
Africano, partido atualmente
no poder, dentro do comitê.
Parte da imprensa do país
acusa o comitê e o governo
de aceitarem imposições da
Fifa sem questioná-las. No
Brasil, o comitê não terá participação governamental.
Com diretores sul-africanos, o COL tinha consultorias
estrangeiras, principalmente
alemãs, que organizaram a
Copa anterior. Agora, a Fifa
incentiva interação entre
brasileiros e sul-africanos.
A lição sul-africana é de
um evento viabilizado em
bem menos tempo do que o
previsto, porém com uma
equipe bem maior que a brasileira.
(RODRIGO MATTOS)
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