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Seis anos em um dia
Preparativos para um jogo de Copa começam muito tempo antes, com a escolha da cidade-sede, o início das obras e o treinamento de voluntários e seguranças
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Um dia de Copa do Mundo
começa seis anos antes do jogo, quando as cidades se
candidatam a ser sede.
Aprovada pelo Comitê Organizador Local, a cidade enfrenta em geral quatro anos
de obras e investimentos para deixar sua arena pronta
para o Mundial. Durban, por
exemplo, gastou R$ 1,1 bilhão em um novo estádio.
Construção de hotéis e reformas de malhas viárias se
somam aos custos.
Dentro do orçamento do
COL, ainda estão incluídas
instalações temporárias, como tendas para imprensa,
patrocinadores e VIPs. Entram na conta até banheiros
químicos para os visitantes.
Com as obras prontas,
uma operação de Copa envolve treinamento de voluntários (15 mil na África do
Sul), contratação de segurança (16 mil homens) e mobilização da polícia (44 mil).
Com as instalações prontas, são essas equipes que
montam barreiras entre um e
dois quilômetros do estádio
no dia de cada jogo. Só passa
quem tem carro credenciado,
pelo menos na teoria. Os torcedores só podem estacionar
os carros a essa distância.
O tráfego é pesado perto
da barreira, flui depois dela.
Perto do estádio, grades
separam dez tipos diferentes
de estacionamentos. Mais
grades dividem caminhos de
torcedores, imprensa e VIPs.
Os ingressos também têm
cores diversas: azuis para jornalistas e VIPs, amarelos para torcedores comuns.
Dentro do estádio, novas
barreiras, de seguranças e
voluntários. A maioria dos
campos tem em torno de 200
policiais só para vigiar os fãs.
Não há grandes alambrados.
Quem manda no show são
os empregados da Fifa, de
ternos pretos e funções bordadas no bolso. Dão ordem a
voluntários (de verde e amarelo na África do Sul), a seguranças (de preto) e até a policiais (de laranja e amarelo).
Auxiliados por membros
do COL, cuidam de detalhes
que vão da bandeira escrita
Fair Play da Fifa até o refrigerante que será servido ao treinador nas entrevistas. Esse
tem que ser virado em determinado ângulo para ser exibido para as câmeras.
Iniciada a partida, são funcionários do COL que controlam o telão e suas mensagens. Mas a Fifa fica de olho
nos replays polêmicos.
Ao final do jogo, os policiais dão meia hora aos torcedores antes de retirá-los.
O estádio ainda fica aberto
por mais quatro horas para a
imprensa. No último jogo na
cidade-sede, é possível ver
voluntários e funcionários
retirando banners publicitários no mesmo dia.
Fim do show. Próxima parada: algum lugar no Brasil.
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