São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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GEOLOGIA

Material recolhido em perfuração mostra condições do solo

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de trabalhar com ambiente, o geólogo José Cláudio Rodrigues Lourenço Júnior, 26, não se encaixa no cotidiano de ar puro e contato com a natureza. Afinal, se tudo está bem, sua presença não é tão necessária quanto em casos de vazamentos de produtos químicos, por exemplo.
Ele trabalha no departamento de pesquisa e desenvolvimento da CSD Geoklock fazendo avaliação de contaminações de áreas. Em uma indústria química um composto pode vazar de uma tubulação, se infiltrar no solo e pode chegar a um lençol de água. "Um fabricante de fertilizantes pode nos procurar porque precisa saber se um terreno está contaminado. A partir disso, nós fazemos um plano de investigação."
O geólogo, então, vai a campo. Não o campo bucólico imaginado pelo vestibulando, mas, muitas vezes, fábricas antigas, postos de gasolina e terrenos onde só se pode entrar com máscaras. Lá, ele comanda a perfuração de poços para a retirada de material que será, depois, encaminhado para análise de laboratório. "Às vezes, planejamos furar 15 metros, mas percebemos que é necessário mais. Só ao lado da sonda, na hora da perfuração, é que se descobre um monte de coisa. Tem que ver o solo saindo. Além disso, no local mesmo, fazemos medições simples, como a do pH."
Ele ainda tem de se preocupar com a segurança dos locais investigados. "Tenho que isolar a área e determinar as medidas de segurança. Não vou deixar o funcionário da sonda ficar de chinelo se sei que o solo está contaminado."
Após os resultados das análises laboratoriais, o geólogo faz o tratamento dos dados no computador, com o uso de modelos matemáticos, para ver a chamada pluma (dispersão do poluente pela área). "Nós vemos a direção e a velocidade desses elementos. Um lençol de água se movimenta e pode levá-los até um rio."
O que fazer para recuperar a área pode ser o próximo passo, dependendo do caso. "Podemos determinar a retirada de uma camada de terra ou o bombeamento da água do lençol ou a construção de uma barreira, por exemplo."
Com atividades tão diferentes, a atuação de Lourenço Júnior se divide entre o escritório e o campo. "Nos nove meses deste ano, devo ter passado uns três meses no campo e uns seis no escritório. O geólogo tem de ter muita disponibilidade para viajar", disse ele.
Essa disponibilidade, segundo ele, é necessária desde a faculdade, quando cerca de cem dias letivos são passados em viagens.
Durante a graduação feita na Unesp, ele pôde conhecer outras áreas de atuação do geólogo, como a mineração. "Trabalhei com mineração de argila para uso em indústria de pisos. A atuação em outras áreas é parecida. Na mineração, o geólogo também cava poço, retira amostra, manda para análise, mas o fim é outro." (AN)


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