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SERVIÇOS
Setores afetados mostram perspectiva de admissão
Ainda em recuperação, bancos, seguros e logística são áreas que podem abrir vagas em 2009
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O segmento que mais contratou também foi o que demitiu o
maior contingente de funcionários. Segundo a pesquisa feita pelo Datafolha, a média de
profissionais que foram desligados em cada empresa entrevistada -47,6- foi a maior
entre os três setores.
Apesar de a cifra impressionar, especialistas consultados
pela Folha, afirmam que o impacto da crise foi localizado.
Uma das áreas mais afetadas
foi a financeira. O principal baque foi em bancos de investimentos e promotoras de crédito, diz Luiz Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. "Foram os que mais registraram desligamentos", diz.
Ele credita parte das demissões a processos recentes de
fusão de três grandes bancos:
Nossa Caixa, Nosso Banco,
comprado pelo Banco do Brasil; Unibanco, adquirido pelo
Itaú; e Santander, que comprou o Banco Real.
Em fevereiro de 2008, foram
desligados 924 funcionários de
bancos em todos os níveis de
escolaridade, segundo o sindicato. Já no mesmo mês de
2009, foram 978 (54 a mais que
em 2008) e, em março deste
ano, 1.010 -298 a menos que
no mesmo mês de 2008.
Para Marcolino, isso mostra
estabilidade do setor, que deve
voltar a contratar no segundo
semestre, se a oferta de crédito
se expandir. Fernando Mantovani, diretor da consultoria Robert Half, avalia que a volta do
apetite para emprestar dinheiro levará a novas admissões.
Ele pondera que as empresas
de cartões de crédito sentiram
a crise, mas que esse mercado
continua crescendo. "[Os cartões] são cada vez mais usados
como meio de pagamento", diz.
Volta à procura
Outros setores afetados, como saúde, telefonia e seguros,
mostram retomada. Em seguros, profissionais de atuária e
especialistas em resseguros devem ser os mais procurados, segundo Maria Helena Monteiro,
presidente da Comissão de Recursos Humanos da Confederação Nacional das Empresas
de Seguros Gerais, Previdência
Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização.
Para Mantovani, a demanda
cresceu após a crise, e o setor
foi beneficiado pela abertura
do mercado de resseguros.
Já a logística perdeu em
transporte e em ramos ligados
a comércio exterior, mas cresceu a procura por operadores
logísticos para gerir a cadeia.
"Empresas querem reduzir
custos e terceirizam a gestão de
logística", explica Vasco Oliveira Neto, presidente da AGV Logística, que abriu vagas para gerentes, ainda não preenchidas
por falta de gente qualificada.
Mesmo que áreas na ponta
da cadeia (como empresas que
só transportam) tenham sofrido redução de demanda, as que
fazem planejamento logístico
crescem. Assim, valorizam-se
profissionais, como engenheiros e administradores, com visão estratégica da cadeia, diz
Mauricio Lima, diretor de capacitação do Ilos (instituto especializado em logística).
(NCC)
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