São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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SERVIÇOS

Setores afetados mostram perspectiva de admissão

Ainda em recuperação, bancos, seguros e logística são áreas que podem abrir vagas em 2009

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O segmento que mais contratou também foi o que demitiu o maior contingente de funcionários. Segundo a pesquisa feita pelo Datafolha, a média de profissionais que foram desligados em cada empresa entrevistada -47,6- foi a maior entre os três setores.
Apesar de a cifra impressionar, especialistas consultados pela Folha, afirmam que o impacto da crise foi localizado.
Uma das áreas mais afetadas foi a financeira. O principal baque foi em bancos de investimentos e promotoras de crédito, diz Luiz Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. "Foram os que mais registraram desligamentos", diz.
Ele credita parte das demissões a processos recentes de fusão de três grandes bancos: Nossa Caixa, Nosso Banco, comprado pelo Banco do Brasil; Unibanco, adquirido pelo Itaú; e Santander, que comprou o Banco Real.
Em fevereiro de 2008, foram desligados 924 funcionários de bancos em todos os níveis de escolaridade, segundo o sindicato. Já no mesmo mês de 2009, foram 978 (54 a mais que em 2008) e, em março deste ano, 1.010 -298 a menos que no mesmo mês de 2008.
Para Marcolino, isso mostra estabilidade do setor, que deve voltar a contratar no segundo semestre, se a oferta de crédito se expandir. Fernando Mantovani, diretor da consultoria Robert Half, avalia que a volta do apetite para emprestar dinheiro levará a novas admissões.
Ele pondera que as empresas de cartões de crédito sentiram a crise, mas que esse mercado continua crescendo. "[Os cartões] são cada vez mais usados como meio de pagamento", diz.

Volta à procura
Outros setores afetados, como saúde, telefonia e seguros, mostram retomada. Em seguros, profissionais de atuária e especialistas em resseguros devem ser os mais procurados, segundo Maria Helena Monteiro, presidente da Comissão de Recursos Humanos da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização.
Para Mantovani, a demanda cresceu após a crise, e o setor foi beneficiado pela abertura do mercado de resseguros.
Já a logística perdeu em transporte e em ramos ligados a comércio exterior, mas cresceu a procura por operadores logísticos para gerir a cadeia.
"Empresas querem reduzir custos e terceirizam a gestão de logística", explica Vasco Oliveira Neto, presidente da AGV Logística, que abriu vagas para gerentes, ainda não preenchidas por falta de gente qualificada.
Mesmo que áreas na ponta da cadeia (como empresas que só transportam) tenham sofrido redução de demanda, as que fazem planejamento logístico crescem. Assim, valorizam-se profissionais, como engenheiros e administradores, com visão estratégica da cadeia, diz Mauricio Lima, diretor de capacitação do Ilos (instituto especializado em logística). (NCC)


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