São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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SERVIÇOS

Contratação supera dispensa de pessoal com nível superior

Setor registra a maior média de admissão e o melhor saldo positivo de funcionários durante crise

Marcelo Justo/Folha Imagem
Luiz Fernando Biazzi no armazém da AGV, em Vinhedo (SP)


NATALIE CATUOGNO CONSANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Maior empregador de quem tem diploma de nível superior e responsável por 40% dos empregos formais do país, o ramo de serviços segue na liderança quando se trata de contratação.
No primeiro trimestre, sua média de admissão de funcionários com essa escolaridade (42 em cada empresa) foi o dobro da média total dos três setores (21), segundo o Datafolha.
"Foi disparado o que mais solicitou pessoas de nível superior em março e em abril", concorda Nilton Branda, consultor da DBM, especializada em recolocação profissional.
Mesmo na fase mais turbulenta da crise, contratações superaram demissões, aponta levantamento da consultoria LCA com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.
De novembro de 2008 a março deste ano, 280.887 funcionários com nível superior foram contratados, e 264.192, demitidos. O saldo positivo (16.695) foi o maior dos três setores.
A área foi a única em que aumentaram (5,7%) as contratações na comparação com o período anterior (de novembro de 2007 a março de 2008).
Essa relativa imunidade à crise é explicada por vários fatores. Além de não depender de crédito estrangeiro nem do comércio exterior, o setor abriga segmentos em alta, como TI (tecnologia da informação), logística, turismo e saúde.

Onde está a demanda
Mas mesmo áreas que têm potencial de alta, como a financeira e a de logística, foram atingidas no começo da crise.
Por isso a maioria dos especialistas ouvidos pela Folha projeta um segundo semestre de recuperação ou manutenção dos níveis de emprego.
Áreas como TI, logística -especialmente estratégia logística com ênfase em redução de custos-, contabilidade e atuária são apontadas como aquelas em que haverá mais demanda que oferta de pessoal.
Para Ricardo Amorim, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), assim que a economia ganhar fôlego, haverá demanda em áreas como turismo e gastronomia.
Mas, por enquanto, as admissões pretendem preencher as vagas abertas por quem havia sido dispensado. Segundo o Datafolha, serviços é o único setor em que a maioria das contratações previstas (66%) visa repor os demitidos.
João Marcio Souza, diretor comercial da consultoria Hays, vê 2009 como um ano de "muita luta para sedimentar o caminho". Ele ratifica que boa parte das contratações realizadas foram reposições e que essa será a tendência neste ano.
"Vai ser um ano ligado a substituições e contratações essenciais, para repor cadeiras ou substituir profissionais por outros mais qualificados para esse momento", explica Souza.


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