São Paulo, terça, 14 de julho de 1998

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UM PERCURSO ACIDENTADO

1944 Francisco Matarazzo Sobrinho, o Cicillo, dono da Metalúrgica Matarazzo, cogita a criação de um museu de arte moderna em São Paulo, formado com a doação de sua coleção particular de pintores brasileiros, enriquecida de quadros franceses e italianos que andava comprando na Europa

1946 No início do ano, Luis Martins propõe a criação de um museu de arte moderna. No final do ano, Sérgio Milliet, diretor da Biblioteca Municipal de São Paulo, escreve a Nelson Rockfeller, do MoMA, comunicando a intenção de criar um Museu de Arte Moderna nos mesmos moldes. O Moma oferece apoio para a criação do novo museu

1947 Fundação do MASP (Museu de Arte de São Paulo), por iniciativa de Assis Chateaubriand (2 de outubro), desafeto de Cicillo. Surgimento da Galeria Domus em São Paulo, a primeira especializada em arte moderna na cidade

1948 No dia 15 de julho, é fundado o Museu de Arte Moderna de São Paulo, presidido por Cicillo. O museu expõe seu acervo na sede provisória, na rua Caetano Pinto, onde ficava a Metalúrgica Matarazzo, com Picasso, Kandinsky, Dufy, Chagall, Morandi, Volpi, Di Cavalcanti, Anita Malfatti -em sua maioria, doados pelo próprio Cicillo

1949 No dia 8 de março é inaugurada a primeira exposição do MAM em sua sede própria, que ficava na rua Sete de Abril, 230. A mostra "Do Figurativismo ao Abstracionismo", organizada pelo crítico belga Léon Dégand, era formada por 95 obras, entre os quais se destacavam Arp, Calder, Delaunay, Kandinsky, Kupka, Leger, Miró e Picabia

1951 O MAM promove a 1ª Bienal, no parque Trianon, com a adesão de 21 países, além do Brasil

1953 Inauguração da 2ª Bienal, no parque Ibirapuera, com prédios projetados por Oscar Niemeyer. Comparecem 32 países, além do Brasil. A sala dedicada a Picasso continha "Guernica", além de outros 30 quadros de sua coleção pessoal

1958 Museu deixa a sede na rua Sete de Abril e muda-se para o parque Ibirapuera, ocupando o prédio do Museu da Aeronáutica e, em seguida, o segundo andar do Pavilhão Armando Arruda Pereira, onde hoje está a Bienal. Cresce o desinteresse de Cicillo pelo museu

1959 No dia 20 de janeiro, assembléia altera o quórum exigido para decidir questões essenciais da entidade
1961 Mário Pedrosa torna-se diretor do museu. Surgem divergências entre Pedrosa e Cicillo

1962 Cansado dos conflitos com os diretores do museu, Cicillo decide concentrar seus recursos nas bienais, que lhe traziam prestígio imediato. Em escritura de 8 de maio de 1962, na qualidade de presidente do MAM, Cicillo institui a Fundação Bienal de São Paulo, separando-a do MAM

1963 Uma assembléia realizada a 23 de janeiro decide extinguir o MAM, doando seu patrimônio para a Universidade de São Paulo, que cria o MAC (Museu de Arte Contemporânea). O museu seria mantido provisoriamente até que suas subvenções fossem transferidas para a Fundação Bienal. O MAM perdeu então sua sede e todo seu acervo, na época composto por 1.236 obras. Alguns intelectuais e amigos do museu impedem a dissolução do MAM, em assembléia de 16 de maio de 1963. Os sócios elegem uma nova diretoria, presidida por Oscar Pedroso Horta

1967 Eduardo Andréa Matarazzo substitui Oscar Pedroso Horta. Doação da importante coleção de Carlo Tamagni ao museu. Continha 79 obras, entre as quais quadros de Volpi, Rebolo, Graciano, Bonadei, Tarsila, Di Cavalcanti, Pancetti, Di Prete e Lívio Abramo, entre outros. Em 1968, a presidência passa para Joaquim Bento Alves de Lima

1969 O MAM consegue uma nova sede no parque Ibirapuera, no local onde ficava o antigo Pavilhão Bahia, na 5ª Bienal. A nova sede é inaugurada com a exposição Panorama da Arte Brasileira, em 7 de abril, que se torna uma das mostras mais importantes do país

1975 Flávio Pinho de Almeida assume a presidência do museu

1980 Luiz Antonio Seráphico de Assis Carvalho assume a presidência e realiza um leilão para arrecadar recursos com obras doadas por artistas
1982 O ex-governador Paulo Egydio Martins assume a presidência do museu, que sofre uma reforma projetada por Lina Bo Bardi

1983 Inauguração do novo espaço do museu. Acervo alcança cerca de 1.500 peças -agora com Aparício Basílio da Silva na presidência
1990 Acervo soma 1.851 peças. Em 1991, museu volta a atravessar dificuldades financeiras e ameaça fechar as portas

1992 Eduardo A. Levy Jr. assume a presidência. Em 1993 é inaugurado o Jardim das Esculturas, com 25 obras

1994 Milú Villela assume. Acervo alcança a marca de 2.000 peças



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