|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GINECOLOGIA
Do parto normal à cirurgia em feto
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando a mãe do ginecologista e obstetra Antonio Moron, 54, entrou em trabalho de
parto, uma parteira foi ao sítio
da família, em Cornélio Procópio (PR), mas o bebê não nascia. Um médico viu que o bebê
não estava encaixado e que havia fezes no líquido amniótico.
A parturiente teve de ser
transportada até Londrina
(PR), a 120 km. Dois obstetras
realizaram a cesárea que salvou
a vida da mãe e do bebê.
Moron cresceu ouvindo essa
história e criou uma certeza:
seria "um doutor Valdir e um
doutor Jonas", os médicos responsáveis pelo parto de risco.
O atual diretor clínico do
Centro Paulista de Medicina
Fetal veio para São Paulo aos
cinco anos, após seu pai, cafeicultor, perder tudo. "Chegamos
sem um tostão. Meu pai criou
os filhos com o salário de guarda noturno", conta.
Morador da Vila Mariana
com seus três filhos, o paranaense é fã incondicional da cidade onde cresceu. Sua clínica
está cheia de fotos de São Paulo. Entre os típicos quadros
com diplomas, ele exibe com
destaque o título de cidadão
honorário paulistano, que recebeu em 2004.
Sua principal linha de pesquisa é medicina fetal. "Na Unifesp, somos pioneiros em cirurgias fetais, operamos cérebro, pulmão, rins."
Em 2003, sua equipe fez a
primeira cirurgia a céu aberto
em feto no Brasil, cortando o
útero da mãe. Oito bebês foram
operados, mas o programa foi
suspenso até que um estudo
apresente novas conclusões sobre o procedimento.
Moron lembra que também
faz "a parte mais light", como
partos sem complicação. "Isso
sempre compensa minhas fantasias de alegria." Para ele, o
parto normal a melhor opção.
Em situações em que há problemas com o bebê, acredita
que o seu papel é ajudar os pais,
que "precisam ser muito protegidos. Os médicos são transitórios, o filho é eterno."
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Defensor do médico "das antigas" Índice
|