São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2005

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MERCADO LEGAL

Brasil, maior fabricante de armamentos leves da América Latina, gera cerca de 300 mil unidades por ano

Indústria de armas no Brasil exporta 80% de sua produção

Maior fabricante de armas leves da América Latina, o Brasil destina 80% da produção para o mercado externo. São cerca de 300 mil armas produzidas por ano, segundo a Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa).
Só a fabricação garante mais de 5.000 empregos, afirma Roberto Carvalho, 67, presidente da entidade que reúne 45 fabricantes de material bélico. As maiores empresas do país chegam ao referendo do próximo dia 23 passando por processos de expansão.
A Forjas Taurus, principal indústria de armamentos brasileira, com um faturamento, em 2004, de R$ 164,871 milhões, apresenta aumento de 13% nas suas vagas no primeiro trimestre deste ano. Atualmente com 2.153 empregados, a Taurus contratou nesse período 250 trabalhadores.
A empresa não quis receber a reportagem, mas repassou dados que mostram que suas exportações, que eram de US$ 29 milhões em 2000 (R$ 65 milhões), chegaram a US$ 34,6 milhões (R$ 77 milhões) em 2004. A vitória do "sim" no referendo deve levar a empresa a exportar mais -hoje em torno de 70% da produção.
O alvo são os Estados Unidos, para onde se destinam também 70% do total exportado por ela.
Além da fábrica de armas em Porto Alegre, que abastece 85% do mercado brasileiro de armamentos, a empresa possui unidades em São Leopoldo, Gramado e Gravataí (RS), Mandirituba (PR) e em Miami, nos Estados Unidos.
No mercado há 65 anos, a Taurus é a 3ª maior fabricante mundial de armas leves. Com a morte de seu presidente, Carlos Murgel, 67, no dia 12 de setembro, de câncer, a empresa deve passar por reformulação, acelerando a diversificação da linha de produção.
Outro fabricante nacional, a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), obtém 50% de seu faturamento com vendas de munição no Brasil -R$ 23 milhões em 2004. Entretanto, apenas 15% se referem às vendas para o mercado civil -os outros 35% são para instituições policiais e militares.
Com 1.200 empregados em duas fábricas -Ribeirão Pires (SP) e Montenegro (RS)-, a CBC exporta para 57 países. E vive expansão. O investimento 2004/ 2005 é calculado em US$ 13 milhões (R$ 29 milhões), dinheiro que será usado para expandir a linha de produção de munições militares para exportação.
A CBC não permitiu o acesso da reportagem à fabrica. "A empresa aguardará o resultado do referendo para tomar qualquer decisão estratégica, sabendo, no entanto, que, prevalecendo o "sim", poderá haver diminuição da produção e de funcionários e o aumento das vendas para o mercado externo", disse o presidente da CBC, Antônio Marcos Barros, em nota. (LÉO GERCHMANN E FÁBIO AMATO)


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