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MERCADO LEGAL
Brasil, maior fabricante de armamentos leves da América Latina, gera cerca de 300 mil unidades por ano
Indústria de armas no Brasil exporta 80% de sua produção
Maior fabricante de armas leves
da América
Latina, o
Brasil destina 80% da
produção
para o mercado externo. São cerca de 300 mil armas produzidas
por ano, segundo a Abimde (Associação Brasileira das Indústrias
de Material de Defesa).
Só a fabricação garante mais de
5.000 empregos, afirma Roberto
Carvalho, 67, presidente da entidade que reúne 45 fabricantes de
material bélico. As maiores empresas do país chegam ao referendo do próximo dia 23 passando
por processos de expansão.
A Forjas Taurus, principal indústria de armamentos brasileira,
com um faturamento, em 2004,
de R$ 164,871 milhões, apresenta
aumento de 13% nas suas vagas
no primeiro trimestre deste ano.
Atualmente com 2.153 empregados, a Taurus contratou nesse período 250 trabalhadores.
A empresa não quis receber a
reportagem, mas repassou dados
que mostram que suas exportações, que eram de US$ 29 milhões
em 2000 (R$ 65 milhões), chegaram a US$ 34,6 milhões (R$ 77
milhões) em 2004. A vitória do
"sim" no referendo deve levar a
empresa a exportar mais -hoje
em torno de 70% da produção.
O alvo são os Estados Unidos,
para onde se destinam também
70% do total exportado por ela.
Além da fábrica de armas em
Porto Alegre, que abastece 85%
do mercado brasileiro de armamentos, a empresa possui unidades em São Leopoldo, Gramado e
Gravataí (RS), Mandirituba (PR)
e em Miami, nos Estados Unidos.
No mercado há 65 anos, a Taurus é a 3ª maior fabricante mundial de armas leves. Com a morte
de seu presidente, Carlos Murgel,
67, no dia 12 de setembro, de câncer, a empresa deve passar por reformulação, acelerando a diversificação da linha de produção.
Outro fabricante nacional, a
CBC (Companhia Brasileira de
Cartuchos), obtém 50% de seu faturamento com vendas de munição no Brasil -R$ 23 milhões em
2004. Entretanto, apenas 15% se
referem às vendas para o mercado
civil -os outros 35% são para
instituições policiais e militares.
Com 1.200 empregados em
duas fábricas -Ribeirão Pires
(SP) e Montenegro (RS)-, a CBC
exporta para 57 países. E vive expansão. O investimento 2004/
2005 é calculado em US$ 13 milhões (R$ 29 milhões), dinheiro
que será usado para expandir a linha de produção de munições
militares para exportação.
A CBC não permitiu o acesso da
reportagem à fabrica. "A empresa
aguardará o resultado do referendo para tomar qualquer decisão
estratégica, sabendo, no entanto,
que, prevalecendo o "sim", poderá
haver diminuição da produção e
de funcionários e o aumento das
vendas para o mercado externo",
disse o presidente da CBC, Antônio Marcos Barros, em nota.
(LÉO GERCHMANN E FÁBIO AMATO)
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