São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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estudo de caso

Longevo, apoio concentra nata do atletismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das mais longas parcerias do esporte brasileiro reúne duas realidades distintas: o atletismo, a modalidade que melhor reflete a situação social do país, e a Bolsa de Mercadorias & Futuros, que desde a Olimpíada de Seul, em 1988, premia medalhistas com barras de ouro.
‘‘Não temos nada contra usar o esporte como propaganda. Mas não pensamos só nisso. A bolsa é uma sociedade sem fins lucrativos, é mais como um clube. Nossa intenção ao patrocinar é ajudar’’, afirma Luiz Masagão Ribeiro, presidente da BM&F quando a bolsa iniciou ações voltadas ao esporte.
A BM&F, em duas décadas, de fato virou um clube, o mais poderoso do país na modalidade. Seu diretor, Sérgio Coutinho, é um dos homens fortes do atletismo nacional. Na prática, comanda a equipe olímpica do país no complexo do Ibirapuera, em convênio com o governo paulista e equipamentos da confederação brasileira.
Um colegiado, formado por Coutinho, Masagão e outros membros da bolsa, controla as contas do clube.
"Muitos projetos não inspiram confiança. Por isso resolvemos criar um próprio", conta Coutinho. O patrocínio se transformou em item secundário. ‘‘Não há tanta preocupação em quantificar a exposição gerada."
Masagão lembra das primeiras barras de ouro. ‘‘O pessoal ficava feliz, mas na hora de ir embora lamentava, ‘estamos felizes, mas até a próxima Olimpíada a gente fica nessa draga de novo’. Foi aí que escolhemos uma modalidade para patrocinar."
A escolha da modalidade foi fria. Esporte individual custa menos. Atletismo? Visibilidade. "Rodrigo Pessoa tem uma origem diferente da do Vanderlei Cordeiro, que era bóia-fria", diz Masagão.
‘‘Apoiar cinco atletas era mais viável do que uma seleção. Hoje a coisa mudou. Patrocinamos mais de 90 atletas, além de investirmos na infra-estrutura e até no piso da pista do Ibirapuera", enumera Coutinho.
A BM&F sustenta que o retorno é meramente institucional. Mas lembra com orgulho da visita de Marílson dos Santos a outra bolsa, a de Wall Street, onde foi homenageado após vencer a Maratona de Nova York, em 2006.
‘‘Foi muito legal ver, em todo lugar, a imagem dele na Bolsa de Nova York. Especialmente no nosso caso’’, lembra Coutinho.(EO)


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