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As marcas se estapeiam pela cantora
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde os primórdios
de sua carreira, Madonna
compreendeu as sutilezas
da relação que existe entre um artista e sua imagem pública. E graças a
essa percepção, domesticou os gigantes da moda antes
que eles pudessem manipulá-la
como um dos
manequins vivos
exibidos na grande
vitrine das celebridades.
O circuito fashion costuma
colocar Madonna no rol dos top
divulgadores de tendências. É
muito pouco.
Afinal, quem criou os famosos espartilhos com bojos de
cones, que apontavam para
os olhos do público na turnê
"Blond Ambition" (1990)?
Jean-Paul Gaultier, que os desenhou, ou Madonna, que emprestou a ele as formas de seu
corpo e os modos de uma de
suas muitas personagens? Seria justo dizer que, no mínimo,
os dois têm status de criadores
nessa história.
A popstar é muito copiada,
tudo o que veste vira moda. Porém, não é uma Barbie que levanta os bracinhos e aceita ser
vestida com o que mais convém
ao mercado.
Ela tem voz ativa em todos os
seus trabalhos, até em campanhas que estrela para grandes
grifes, como a Dolce & Gabbana. Madonna não precisa de nenhuma marca, são as marcas
que se estapeiam por ela.
As personagens de Madonna
tomam posse de clichês da feminilidade ou partem de experiências pessoais.
A cantora já bancou a
"bombshell", a noivinha de "Like a Virgin", a perua caça-dotes
de "Material Girl", a dominatrix de "Erotica", a rainha clubber etc. Grávida de Lourdes
Maria, deixou crescer os cabelos e diminuiu a maquiagem.
Depois, durante seu casamento
com o cineasta britânico Guy
Ritchie, encarnou a "dama" inglesa, a guerreira de kilt e até
uma heroína tipo James Bond.
E qual dessas mulheres é a
"verdadeira" Madonna? Todas
elas e nenhuma delas.
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